Parceria com a Neoenergia prevê fornecimento eólico a partir do complexo Oitis e pode evitar emissão de 100 toneladas de CO₂, além de gerar economia de R$ 1,4 milhão
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) deu um passo significativo rumo à sustentabilidade no esporte ao anunciar que seu principal centro de treinamento (CT), localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, passará a operar com 100% de energia renovável até o fim de 2025. A energia será fornecida pela Neoenergia Oitis, complexo eólico formado por 12 parques distribuídos entre os estados do Piauí e da Bahia.
A parceria foi formalizada nesta quinta-feira (15), durante evento realizado no próprio CT do COB, com a presença de executivos da Neoenergia e dirigentes esportivos. A iniciativa permitirá ao centro evitar a emissão de cerca de 100 toneladas de dióxido de carbono (CO₂) ao ano e prevê uma economia estimada em R$ 1,4 milhão em custos com energia até o final de 2025.
“Temos um compromisso de muitos anos com a sustentabilidade. Esse acordo ajuda a posicionar o esporte brasileiro como referência mundial”, afirmou Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia.
Sustentabilidade como eixo estratégico do esporte nacional
A adesão à energia 100% renovável vai ao encontro dos compromissos ambientais assumidos pelo COB, especialmente no âmbito do movimento Esporte pela Ação Climática — iniciativa internacional que propõe a redução ou compensação de ao menos 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030. Com a nova parceria, o Comitê dá um passo concreto para atingir essa meta e contribui para consolidar o Brasil como referência global em práticas sustentáveis no setor esportivo.
Emanuel Rego, ex-jogador de vôlei de praia, medalhista olímpico e atual diretor-geral do COB, destacou o papel do esporte como ferramenta de transformação: “Sou de uma modalidade outdoor, mas sei que outras dependem diretamente desse tipo de infraestrutura. É um tema urgente e exige esforço coletivo. O esporte pode ser uma poderosa ferramenta para provocar mudança.”
Segundo Emanuel, a iniciativa poderá inspirar a replicação do modelo em outros centros de treinamento e clubes esportivos no país, como o Centro de Formação Olímpico, localizado em Fortaleza (CE). A ideia é expandir a inserção de instituições esportivas no mercado livre de energia elétrica, contribuindo não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para a eficiência financeira do setor.
Complexo Oitis: fonte da energia renovável
Toda a energia que abastecerá o CT do COB será proveniente do Complexo Eólico Neoenergia Oitis, um dos maiores do Brasil, com capacidade instalada de 566,5 MW. O empreendimento representa a força da matriz renovável nacional, baseada majoritariamente em fontes eólicas e solares, e reforça o papel estratégico do Nordeste brasileiro na geração de energia limpa.
A inserção do CT do COB nesse modelo de fornecimento ocorre por meio do mercado livre de energia, no qual grandes consumidores podem negociar diretamente com geradores, o que permite maior previsibilidade de custos, possibilidade de escolher fontes sustentáveis e ganhos em competitividade.
Neoenergia e o apoio ao esporte feminino
A atuação da Neoenergia junto ao COB também contempla o incentivo à diversidade e à inclusão no esporte. Por meio do projeto Time Neoenergia, a empresa patrocina atualmente oito atletas mulheres de modalidades distintas, com destaque para três esportistas já classificadas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: Ana Vitória Magalhães, a Tota (ciclismo); Bruna Kajiya (kitesurfe); e Mirelle Leite (atletismo).
Também integram o time as atletas Ana Marcela (águas abertas), Celine Bispo (natação), Antonia Silva (futebol), Bia Souza (judô) e Rayane Soares (atletismo paralímpico). A iniciativa visa ampliar a representatividade feminina no esporte e apoiar a trajetória de alto rendimento de atletas brasileiras.
Brasil protagonista no cenário climático global
O anúncio da parceria entre COB e Neoenergia ocorre em um momento estratégico para o Brasil, que se prepara para sediar a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025, na cidade de Belém (PA). A escolha do país para liderar o maior evento climático do mundo reforça a responsabilidade nacional na promoção de soluções sustentáveis e de baixo carbono.
Nesse contexto, iniciativas como a do COB representam ações concretas e simbólicas. Elas demonstram que a transição energética e a neutralidade de carbono são metas possíveis e alinhadas ao desenvolvimento de diversos setores, inclusive o esportivo.