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Âmbar Energia conclui aquisição de 12 usinas da Eletrobras no Amazonas e se consolida como gigante da geração a gás natural

Com 1.559 MW incorporados ao portfólio, empresa do grupo J&F fortalece presença no setor elétrico e amplia protagonismo na transição energética brasileira

A Âmbar Energia, empresa do grupo J&F Investimentos, concluiu nesta terça-feira (14) a aquisição de 12 usinas termoelétricas da Eletrobras no estado do Amazonas. A operação, anunciada originalmente em junho de 2024, representa um avanço estratégico significativo para a companhia, que passa a ocupar o posto de segunda maior geradora privada de energia a gás natural no Brasil.

As unidades incorporadas ao portfólio da Âmbar somam 1.559 megawatts (MW) de capacidade instalada, consolidando a posição da empresa como um dos principais players no setor de geração térmica do país. O negócio envolve a transferência integral dos ativos e direitos da Eletronorte — subsidiária da Eletrobras — nas seguintes usinas: Mauá III, Rio Negro (em projeto), Aparecida, Anamã, Anori, Codajás, Caapiranga, Cristiano Rocha, Manauara, Jaraqui, Tambaqui e Ponta Negra.

“Esta transação amplia nosso parque gerador com ativos estratégicos para nosso portfólio, que são fundamentais para a segurança energética”, afirmou Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar Energia. Segundo ele, a aquisição está alinhada à estratégia de diversificação da matriz energética da companhia, que já atua com geração hidrelétrica, solar, a biomassa, biogás e carvão mineral.

Expansão estruturante e posicionamento no mercado

A incorporação dessas unidades térmicas representa mais do que um incremento físico ao parque gerador da Âmbar: é a consolidação de uma visão de longo prazo voltada à segurança e confiabilidade do sistema elétrico nacional, especialmente em regiões de acesso remoto e menor estabilidade energética.

O presidente da companhia destacou ainda o papel do gás natural na matriz energética brasileira. “Esse é um combustível fundamental para a transição energética segura no país, garantindo flexibilidade e confiabilidade ao sistema elétrico. Trata-se de uma fonte complementar indispensável às fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica.”

A operação reforça o posicionamento da Âmbar como um agente relevante no mercado de energia de base, com capacidade de resposta a picos de demanda e suporte à estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), sobretudo em momentos críticos de geração hídrica ou intermitência renovável.

O gás natural como vetor da transição energética

O avanço da Âmbar no setor de geração térmica reforça uma tendência já observada no Brasil: o gás natural se consolidando como fonte de transição energética. Ao oferecer menor emissão de carbono do que fontes fósseis tradicionais, como o carvão mineral e o óleo combustível, o gás tem sido apontado como uma solução viável para descarbonizar o setor elétrico sem comprometer a confiabilidade do sistema.

Além disso, sua flexibilidade operacional permite que as térmicas sejam acionadas de forma rápida e eficiente, proporcionando resposta imediata em cenários de instabilidade. Isso é particularmente relevante em estados como o Amazonas, onde os desafios logísticos e climáticos tornam o fornecimento de energia mais complexo.

Próximos passos e perspectiva regulatória

A operação realizada no Amazonas é parte de um pacote mais amplo de desinvestimentos da Eletrobras, iniciado após a sua privatização. Ainda está pendente a conclusão da venda da UTE Santa Cruz, no Rio de Janeiro, com capacidade de 500 MW, cuja aprovação regulatória segue em análise.

Caso confirmada, essa nova aquisição reforçará ainda mais o protagonismo da Âmbar na geração térmica nacional, elevando seu portfólio total para mais de 2 GW em usinas movidas a gás natural — um volume significativo em um setor que busca equilíbrio entre expansão da oferta, segurança energética e sustentabilidade.

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