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Mesmo com queda no lucro, Grupo Energisa mantém investimentos e avança em distribuição, transmissão e gás natural no 1T25

Empresa fecha trimestre com R$ 1 bilhão de lucro líquido, aposta em eficiência operacional e fortalece presença nos setores de energia e gás, consolidando estratégia de crescimento sustentável

O Grupo Energisa divulgou os resultados consolidados do primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 1,026 bilhão e EBITDA de R$ 2,297 bilhões. Embora representem quedas de 9,5% e 5,2% em relação ao mesmo período de 2024, os números revelam a resiliência da companhia diante de um cenário desafiador no mercado de energia elétrica, marcado por menor crescimento do consumo e efeito tarifário mais moderado.

A retração no resultado financeiro reflete, principalmente, o desempenho mais contido dos mercados cativo e livre nas distribuidoras, após o pico observado no início de 2024, impulsionado por eventos climáticos atípicos como o El Niño. No entanto, a empresa compensou parte dessa desaceleração com uma gestão rigorosa de custos operacionais. O indicador PMSO (Pessoal, Material, Serviços e Outros) registrou queda real de 1,1%, frente a uma inflação acumulada de 5,5% no período, evidenciando uma estrutura enxuta e eficiente.

Apesar da pressão nos resultados, o Grupo Energisa preservou o ritmo de investimentos, totalizando R$ 1,327 bilhão no trimestre — apenas 0,5% abaixo do registrado em igual período do ano anterior. A maior parte desses recursos foi direcionada ao segmento de distribuição de energia elétrica, que absorveu R$ 1,158 bilhão, correspondente a 87,3% do total investido. Os aportes foram destinados, sobretudo, a projetos que visam aumentar a resiliência das redes e melhorar a qualidade do serviço.

Distribuição: indústria e residências sustentam expansão do consumo

O consumo de energia elétrica nas distribuidoras da Energisa cresceu 1,3% no primeiro trimestre, mesmo após a base elevada de comparação do 1T24, quando a demanda havia saltado 11,9%, registrando a maior variação em mais de duas décadas. Em 2025, as temperaturas permaneceram acima da média histórica, especialmente na região Sudeste, mas em níveis inferiores aos observados no ano anterior, o que reduziu o uso de sistemas de resfriamento e irrigação agrícola.

A classe industrial liderou a expansão no consumo, com alta de 3,5%, impulsionada pela entrada de novas cargas e pelo aumento da produção em segmentos como alimentos, minerais e borracha — em consonância com os indicadores positivos do IBGE. A classe residencial também teve contribuição expressiva, com crescimento de 3,0% no trimestre.

Sete das nove concessões do grupo registraram crescimento na demanda, com destaque para Energisa Paraíba (EPB) e Energisa Minas-Rio (EMR), ambas com 4,5%, além da Energisa Sergipe (ESE), com 3,7%. Nestas regiões, tanto o consumo doméstico quanto o industrial e comercial — especialmente o setor alimentício — puxaram os bons resultados.

A performance operacional das distribuidoras também se manteve em patamar elevado. Todos os indicadores de continuidade de serviço (DEC e FEC) ficaram abaixo dos limites regulatórios, com recordes históricos positivos registrados nas concessões do Acre, Sergipe, Tocantins, Rondônia e Sul Sudeste.

Transmissão avança com licenciamento e obras estratégicas

No segmento de transmissão, a Energisa avançou com o processo de licenciamento ambiental da Energisa Transmissora Maranhão, com investimento estimado em R$ 938 milhões e previsão de conclusão até junho de 2030, conforme cronograma estabelecido pela Aneel. Além disso, concluiu em março as atividades de montagem eletromecânica das Subestações Tarumã e Lechuga, localizadas na Transmissora Energisa Amazonas.

O EBITDA regulatório do segmento atingiu R$ 159,8 milhões, alta de 16,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O lucro líquido regulatório foi de R$ 11,7 milhões no período, confirmando o amadurecimento da operação.

Geração, comercialização e gás natural: ajustes e expansão

Na geração distribuída, a Energisa manteve seu portfólio estável, com 117 usinas solares em operação e capacidade instalada de 441 MWp. O EBITDA do segmento caiu 12,8% no trimestre, impactado por ajustes na política comercial.

Já a comercialização de energia teve crescimento expressivo: as vendas aumentaram 73,2%, resultado de estratégias de trading e expansão na modalidade varejista. O faturamento do setor saltou 117,7%, alcançando R$ 319,7 milhões.

No setor de gás natural, a ES Gás encerrou o trimestre com 86.231 unidades consumidoras — alta de 5,5% — e margem bruta de R$ 57,5 milhões, representando queda de 9,6% por conta de menor faturamento de gás de ultrapassagem e sazonalidade nos setores industriais. Em abril, a empresa protocolou junto à ARSP seu Plano de Negócios para o ciclo regulatório 2025–2030, prevendo até R$ 1 bilhão em investimentos voltados à expansão da rede e descarbonização da matriz no Espírito Santo.

Por fim, a Norgás, sociedade na qual a Energisa possui participação indireta, apresentou EBITDA de R$ 112,5 milhões — crescimento de 12,5% — com destaque para a redução de despesas operacionais nas distribuidoras Algás (AL) e Copergás (PE).

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