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Brasil lidera agenda técnica do BRICS sobre energia limpa e transição energética

Workshops reforçam protagonismo brasileiro na cooperação multilateral para sustentabilidade e descarbonização

Entre os dias 6 e 8 de maio, o Brasil promoveu, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), uma série de workshops técnicos da Plataforma de Cooperação em Energia do BRICS (BRICS ERCP). Os encontros reuniram autoridades e especialistas de seis países — Brasil, Rússia, Índia, China, Egito e Emirados Árabes Unidos — para debater estratégias de financiamento da transição energética, adaptação das infraestruturas às mudanças climáticas e descarbonização das cadeias de valor do setor de petróleo e gás.

Os três dias de diálogos técnicos, realizados sob a presidência brasileira do BRICS em 2025, evidenciaram os desafios comuns enfrentados pelas economias em desenvolvimento e apontaram caminhos para fortalecer a cooperação técnica e política em temas estruturantes da nova matriz energética global.

Financiamento sustentável é prioridade para viabilizar a transição energética

O primeiro dia do ciclo teve como tema central o financiamento de projetos sustentáveis voltados à transição energética. Os participantes abordaram mecanismos para atrair investimentos públicos e privados, com ênfase na criação de padrões de sustentabilidade para o setor financeiro, cooperação entre energia e finanças e acesso a recursos para países com restrições fiscais.

Um dos destaques foi a importância da exploração de minerais críticos, como lítio, cobalto e terras raras — insumos essenciais para tecnologias como baterias, veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares. Os representantes discutiram modelos de mapeamento geológico e estratégias de financiamento para acelerar essa cadeia de valor nos países do BRICS.

Infraestruturas resilientes frente às mudanças climáticas ganham protagonismo

No segundo dia de workshops, o foco foi o fortalecimento da resiliência climática das infraestruturas elétricas. Com o aumento de eventos extremos — como enchentes, ondas de calor, secas e ciclones —, cresce a necessidade de redes elétricas mais adaptáveis, modernas e seguras.

Foram apresentadas soluções tecnológicas já em operação, como sensores inteligentes, automação de subestações e ferramentas de previsão meteorológica integradas à operação dos sistemas. Também se discutiu a flexibilização regulatória, considerada essencial para que concessionárias possam reagir rapidamente diante de crises no fornecimento.

Além disso, houve destaque para os desafios da integração de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, que exigem ajustes na modelagem da operação do sistema e investimentos em armazenamento e linhas de transmissão.

Descarbonização do petróleo e gás é desafio comum entre os países do BRICS

O terceiro e último dia foi dedicado à descarbonização das operações de petróleo e gás, especialmente as atividades de upstream. Os países compartilharam boas práticas regulatórias e soluções tecnológicas para redução de emissões de metano, incluindo sistemas de monitoramento por satélite e sensores de alta precisão.

Outro tema central foi o avanço das tecnologias de captura, uso e armazenamento de carbono (CCS e CCUS). O Brasil apresentou suas iniciativas por meio da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo (ANP), destacando os desafios de viabilidade econômica e técnica dessas soluções em ambientes offshore.

Cooperação energética como vetor de desenvolvimento e soberania

Os workshops reafirmaram o papel da Plataforma de Cooperação em Energia do BRICS como ferramenta estratégica para articulação entre países em desenvolvimento. A troca de experiências, a identificação de sinergias e a construção de uma visão conjunta de futuro são elementos que reforçam o protagonismo do grupo na governança energética global.

Além de antecipar temas que serão debatidos na Reunião Ministerial de Energia do BRICS, marcada para 19 de maio em Brasília, os encontros fortalecem a posição do Brasil como líder na promoção de transições energéticas justas, seguras e inclusivas.

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