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BlackRock ultrapassa 10% das ações preferenciais da Cemig e reforça posição estratégica no setor elétrico brasileiro

Movimentações recentes do maior gestor de ativos do mundo demonstram confiança na performance da companhia mineira e no potencial do mercado de energia no Brasil

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou, nesta semana, movimentações relevantes de participação acionária por parte da BlackRock, Inc., maior gestora de ativos do mundo. De acordo com comunicados enviados à companhia, a BlackRock passou a deter, em 28 de abril de 2025, mais de 10% das ações preferenciais da Cemig, consolidando uma posição estratégica no capital da estatal mineira de energia elétrica.

Conforme determina o artigo 12 da Resolução CVM nº 44/2021, a Cemig tornou público o recebimento das correspondências que detalham a movimentação. No dia 24 de abril de 2025, a BlackRock havia reduzido levemente sua participação para 9,962%, com um total de 189.806.474 ações preferenciais (somando papéis locais e ADRs), além de 660.184 instrumentos financeiros derivativos. Apenas quatro dias depois, voltou a adquirir ativos da Companhia, elevando sua posição para 10,006% — o equivalente a 190.624.959 ações preferenciais, incluindo 17.585.144 American Depositary Receipts (ADRs) representativos desses papéis.

Apesar da oscilação no volume de ações, a BlackRock declarou expressamente que as aquisições têm caráter estritamente de investimento, sem qualquer intenção de alterar o controle acionário ou influenciar a gestão da empresa. Segundo o comunicado, a gestora também não celebrou acordos que impliquem em direito de voto ou condicionem a compra e venda dos valores mobiliários da Cemig.

“A BlackRock atua como investidora institucional e mantém suas posições com o objetivo de exposição ao desempenho de empresas de setores estratégicos, como o de energia, com foco em retorno de longo prazo para seus clientes”, consta na correspondência.

Confiança em um setor estratégico

A movimentação da BlackRock não deve ser subestimada. Presente em mais de 100 países e administrando cerca de US$ 10 trilhões em ativos globais, a gestora é referência em práticas de análise de risco, sustentabilidade e rentabilidade de longo prazo. A elevação de sua posição acionária na Cemig sinaliza confiança renovada no desempenho da empresa e em seu papel no cenário energético brasileiro.

A Cemig, por sua vez, é uma das maiores concessionárias de energia do país, com atuação nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Com capital aberto e ações listadas nas bolsas de São Paulo e de Nova York (por meio de ADRs), a companhia mantém forte presença institucional e participa ativamente das discussões sobre modernização e transição energética no país.

Impactos no mercado e governança

A superação da marca de 10% de participação é um marco relevante do ponto de vista regulatório, uma vez que obriga a comunicação formal à companhia e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme previsto na legislação brasileira. No entanto, o caráter não controlador da posição assumida pela BlackRock mantém estável a atual estrutura de governança da Cemig, sem impactos diretos nas decisões estratégicas da companhia.

Esse tipo de movimento, embora técnico, é interpretado por analistas como um sinal positivo para o mercado, tanto pela confiança demonstrada quanto pelo potencial de valorização das ações da Cemig a médio e longo prazo. A gestora, conhecida por priorizar critérios de responsabilidade ESG (ambiental, social e governança), tende a selecionar empresas com histórico de desempenho consistente, boas práticas de governança e aderência à agenda de transição energética.

Cemig em posição estratégica na transição energética

Vale lembrar que a Cemig vem intensificando seus investimentos em fontes renováveis, digitalização e modernização da rede elétrica, em linha com os compromissos de descarbonização e eficiência do setor. A presença de investidores institucionais como a BlackRock pode, portanto, favorecer a atração de novos aportes e parcerias estratégicas para projetos futuros.

A movimentação também ocorre em um momento de forte debate regulatório sobre o futuro do setor elétrico brasileiro, o que reforça a relevância de ter acionistas atentos e alinhados com as melhores práticas internacionais.

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