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Voltalia cresce 15% em geração de energia no 1º trimestre de 2025 e reforça expansão no Brasil

Apesar de queda nas vendas de energia, companhia francesa registra aumento na produção global e avança com plano estratégico para acelerar crescimento sustentável até 2027

A multinacional francesa Voltalia, especializada em energia renovável, divulgou nesta quarta-feira (30) os resultados operacionais do primeiro trimestre de 2025, apontando crescimento de 15% na produção de energia elétrica, que alcançou 1,121 terawatt-hora (TWh), e um aumento de 2% no volume total de negócios, que chegou a 113,3 milhões de euros. O desempenho positivo foi impulsionado, sobretudo, pela melhora dos recursos renováveis no Brasil e pela ampliação da capacidade operacional, especialmente em projetos da subsidiária Helexia, na Europa e América Latina.

Embora o volume de negócios tenha crescido moderadamente, o principal destaque do trimestre ficou por conta do segmento de Serviços para clientes terceiros, que teve um salto de 19%, refletindo o avanço das atividades de construção, operação e manutenção de usinas para parceiros. Por outro lado, as vendas de energia apresentaram retração de 6% (ou +1% a taxas constantes), impactadas por preços menos favoráveis, principalmente na França e na Albânia, além da variação cambial desfavorável entre o euro e o real.

No total, as vendas de energia representaram 62% da receita, enquanto os serviços contribuíram com 38%. Geograficamente, 60% do faturamento foi gerado na Europa, 35% na América Latina e os 5% restantes na África.

Brasil impulsiona resultados, mesmo com curtailment

No Brasil, a produção de energia da Voltalia aumentou 16%, atingindo 818 GWh, correspondendo a cerca de 73% da produção global da empresa no trimestre. Esse avanço se deve a melhores condições de vento e radiação solar, além do aumento da capacidade instalada, que totalizou 1.527 MW no país.

Ainda assim, o país segue enfrentando desafios estruturais com o curtailment — restrição na geração devido a limitações de escoamento da energia gerada, sobretudo no Nordeste. No primeiro trimestre, 87 GWh deixaram de ser produzidos no Brasil por esse motivo, o que representa 10% da produção brasileira no período. A expectativa da Voltalia é que esse índice permaneça nesse patamar em 2025, bem abaixo dos 21% registrados em 2024.

Para mitigar esse gargalo, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) criou um grupo de trabalho dedicado a reduzir o curtailment por meio de soluções como armazenamento de energia, compensadores síncronos e melhorias na rede de transmissão. Segundo o Ministério de Minas e Energia, medidas estruturantes estão sendo estudadas para viabilizar compensações e o transporte adicional de até 1.800 MW do Nordeste para o Sudeste ainda em 2025.

Capacidade operacional e metas para 2025

Até 31 de março, a Voltalia contabilizava 2,5 GW em operação e 3,3 GW em operação e construção. A meta da companhia é chegar a 3,6 GW até o fim de 2025, sendo 3 GW já em operação, o que representa uma alta de 20% em relação ao ano anterior.

A produção anual esperada é de 5,2 TWh, mesmo considerando o curtailment previsto. Esse crescimento sustentado está alinhado com a ambição da empresa de consolidar sua presença global e fortalecer sua contribuição para a transição energética.

Plano SPRING mira crescimento sustentável até 2027

Outro destaque do trimestre foi o andamento do Plano de Transformação SPRING, anunciado no início de 2025 pelo novo CEO Robert Klein. A iniciativa estratégica está em fase de diagnóstico e tem como objetivo estruturar um plano de ação voltado à melhoria da eficiência operacional, rentabilidade e sustentabilidade do grupo até 2027.

As conclusões dessa análise devem ser apresentadas em conjunto com os resultados semestrais deste ano. O SPRING será uma das principais alavancas para garantir o crescimento sustentável da Voltalia nos próximos ciclos de investimento, especialmente em mercados como Brasil, França e Espanha.

A companhia reforçou sua confiança em ações judiciais em andamento para compensação das perdas por curtailment no Brasil, considerando que as limitações de rede têm impacto direto no retorno dos projetos e na previsibilidade financeira dos empreendimentos.

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