Movimento ocorre após aumento de participação acionária e reflete sinergia entre operações térmicas e exploração offshore; novos conselheiros reforçam foco em eficiência operacional e disciplina financeira
O Grupo Ebrasil, reconhecido por sua forte atuação no setor de geração de energia termelétrica, anunciou, na última sexta-feira (2), sua entrada oficial no conselho de administração da Brava Energia (BRAV3), companhia de óleo e gás com operações onshore e offshore no Brasil. A decisão marca um passo estratégico importante da Ebrasil em sua agenda de diversificação energética, ampliando sua exposição ao setor de exploração e produção de petróleo.
A nomeação do diretor de Novos Negócios do Grupo Ebrasil, Richard Kehrer Kovacs, para o conselho da Brava ocorre semanas após o grupo ter elevado sua participação acionária na empresa, em abril deste ano. O movimento evidencia a confiança da Ebrasil no potencial de crescimento da Brava e na geração de valor por meio de sinergias operacionais e eficiência na cadeia energética integrada.
Confiança na operação e disciplina financeira
Em nota divulgada após a nomeação, Kovacs destacou a “solidez estrutural da Brava Energia” e a sinergia estratégica com os ativos da Ebrasil. Um dos pontos centrais da análise do executivo é o campo de Atlanta, localizado na Bacia de Santos, cuja produção foi intensificada no final de 2024 e que alcançou a capacidade de até 50 mil barris de petróleo por dia. Atualmente, a Brava produz mais de 40 mil barris diários, o que, segundo Kovacs, impulsiona naturalmente a desalavancagem financeira da companhia, ao mesmo tempo em que consolida sua posição como operadora relevante no mercado brasileiro de E&P (exploração e produção).
O novo conselheiro também reforçou que o foco da empresa nos próximos meses será a excelência operacional e a redução do lift cost (custo de extração por barril). Segundo ele, essas estratégias são prioritárias para aumentar a competitividade dos ativos da Brava, tanto em projetos offshore como onshore. Kovacs ponderou que, embora o cenário atual ofereça espaço para consolidação setorial por meio de fusões e aquisições, a Brava deverá priorizar o fortalecimento interno e a sustentabilidade financeira baseada em performance operacional.
Renovações no conselho e nova fase corporativa
Além da entrada de Richard Kovacs, a Brava Energia anunciou também a nomeação de Halvard Idland para o conselho de administração, conforme informado em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As mudanças no colegiado foram motivadas pela renúncia de dois membros: Rogério Paulo Calderón Peres, que também exercia a função de coordenador do Comitê de Auditoria Estatutário, e Matheus Dias, que abriu mão do cargo de conselheiro sem divulgação dos motivos.
A renovação no conselho ocorre em um momento de reestruturação e crescimento da companhia, que busca consolidar seus ativos com maior rigor financeiro, governança robusta e foco em resultados operacionais. Com a entrada de representantes experientes e com visão integrada do setor energético, a expectativa é que a Brava possa capturar oportunidades de médio e longo prazo, tanto na produção como no acesso a capital e mercados estratégicos.
Integração com o setor de geração térmica
A aproximação entre o Grupo Ebrasil e a Brava Energia não representa apenas uma movimentação financeira, mas também uma integração vertical entre a geração térmica e a cadeia de produção de óleo e gás. Em um contexto em que o setor energético caminha para soluções híbridas e interdependentes, a presença de um player como a Ebrasil no conselho da Brava pode favorecer operações otimizadas, compartilhamento de tecnologia e eficiência logística entre as duas companhias.
Para o mercado, a movimentação também é interpretada como sinal positivo de confiança institucional e solidez da governança da Brava, empresa que vem ganhando relevância desde a ampliação de suas operações no campo de Atlanta.