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Com retorno da bandeira amarela, energia solar por assinatura ganha força como alternativa para driblar aumento na conta de luz

Com custo extra de R$ 1,885 a cada 100 kWh em maio, modelo sem instalação de placas solares atrai consumidores que buscam economia imediata, previsibilidade e acesso à energia limpa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, no fim de abril, a retomada da bandeira tarifária amarela a partir de maio de 2025. Isso significa que consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) passarão a pagar um acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos — valor que reflete a elevação no custo de geração de energia devido à redução das chuvas e ao início do período seco, que historicamente exige maior acionamento de usinas termelétricas.

A medida encerra um ciclo de cinco meses de bandeira verde, quando as condições hidrológicas favoráveis permitiram a manutenção de tarifas mais estáveis. Agora, com a expectativa de custos mais altos e a perspectiva de novos reajustes ao longo do ano, cresce o interesse por alternativas sustentáveis e economicamente viáveis, como a energia solar por assinatura — um modelo que permite economia sem necessidade de investimento em infraestrutura própria.

Energia limpa sem instalação: economia acessível

Nesse contexto, empresas especializadas no setor fotovoltaico, como a Bow-e, têm registrado aumento na adesão ao modelo de assinatura de energia solar, que oferece redução de até 20% na conta de luz, sem necessidade de instalação de placas solares no imóvel do consumidor.

“O modelo de energia solar por assinatura vem ganhando cada vez mais adesão, já que os consumidores reconhecem os benefícios dessa solução, que oferece inovação, liberdade de escolha e economia significativa”, afirma Rafael Zanatta, diretor comercial e de operações da Bow-e.

A empresa projeta, até o final de 2025, atingir 120 megawatts (MW) de capacidade instalada, com a geração de uma economia total estimada de R$ 30 milhões para cerca de 27 mil assinantes em todo o país. Com um investimento que ultrapassa R$ 450 milhões, a Bow-e opera usinas fotovoltaicas (UFVs) em estados como Maranhão, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Distrito Federal, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Sem surpresas: previsibilidade em um cenário de incertezas

Além do impacto imediato da bandeira amarela, a Aneel projeta um reajuste médio de 3,5% nas tarifas ao longo de 2025, pressionado principalmente pelos custos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — fundo que financia subsídios e políticas públicas do setor elétrico. Em algumas regiões, esse percentual pode ser ainda mais elevado, aumentando a imprevisibilidade para o consumidor final.

“Em momentos de crise hídrica ou variações tarifárias, iniciativas baseadas em energia renovável proporcionam uma proteção importante para o consumidor e ajudam a construir um sistema energético mais sustentável e resiliente”, reforça Zanatta.

Nesse cenário, a energia solar por assinatura se apresenta como uma alternativa democrática, que descentraliza o acesso à energia limpa e permite que residências e pequenos negócios se beneficiem de uma fonte renovável sem arcar com os altos custos de instalação ou manutenção.

Transição energética na prática

O avanço de modelos como o da Bow-e também contribui para a diversificação da matriz elétrica brasileira, ainda fortemente dependente de fontes hídricas e, em períodos críticos, das termelétricas — mais caras e poluentes. Ao utilizar a energia solar injetada na rede por meio das UFVs, o consumidor contribui com a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando a enfrentar o desafio das mudanças climáticas.

“O nosso objetivo é democratizar o acesso à energia solar e contribuir para um futuro mais limpo, acessível e eficiente. Acreditamos que o consumidor deve ter liberdade de escolha e meios reais para economizar, mesmo em cenários adversos como o atual”, completa Zanatta.

Com a popularização dos contratos de assinatura, o Brasil avança para um modelo mais flexível e inclusivo de acesso à energia renovável — fundamental em um momento em que os desafios ambientais, econômicos e regulatórios exigem respostas práticas e inovadoras.

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