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CEO da World Climate Foundation cobra ação imediata de empresas e investidores na transição climática

Durante o Web Summit Rio 2025, Jens Nielsen destaca protagonismo do Brasil, urgência na implementação de metas ambientais e papel estratégico do setor privado na COP30

Durante sua participação no Web Summit Rio 2025, o economista político Jens Nielsen, CEO da World Climate Foundation (WCF), fez um chamado enfático ao setor privado e às instituições financeiras para que assumam, de forma concreta, seu papel na transição climática global. Ao lado de líderes de tecnologia e sustentabilidade, Nielsen reforçou que a ação imediata de empresas, bancos e fundos de investimento é essencial para que os compromissos firmados nos acordos climáticos internacionais saiam do papel e se traduzam em impactos mensuráveis até 2030.

Criada em 2010, a World Climate Foundation atua como plataforma de articulação multissetorial e mobiliza investimentos em projetos ligados à economia verde e à conservação da biodiversidade. A fundação organiza reuniões estratégicas em centros financeiros como Davos, Londres e Nova Iorque, com o objetivo de apresentar soluções e fomentar parcerias entre governos, empresas e sociedade civil, especialmente em momentos-chave como as conferências do clima da ONU — da qual é observadora acreditada.

Financiamento climático e alianças estratégicas

“Se os fundos de pensão europeus destinarem apenas 10% de seus ativos para o clima, será possível financiar integralmente as metas do Acordo de Paris”, afirmou Nielsen. A fala evidencia o potencial do capital privado em destravar investimentos bilionários, transformando ambição climática em ação concreta.

Para isso, segundo Nielsen, é necessário criar pontes sólidas entre inovação, financiamento e vontade política. A World Climate Foundation vem liderando coalizões de impacto que integram áreas como clima, saúde e biodiversidade, com apoio de parceiros como Ernst & Young e BTG Pactual. Essas plataformas, segundo ele, são fundamentais para acelerar projetos de transição energética, reflorestamento, conservação e adaptação climática.

O economista também alertou para a gravidade do cenário atual. “O ano de 2024 foi o primeiro em que a temperatura média global superou 1,5ºC — o limite estabelecido no Acordo de Paris. O tempo da hesitação acabou”, enfatizou, ao defender ações pragmáticas, com resultados mensuráveis nos próximos cinco anos.

COP30: momento decisivo para o planeta e para o Brasil

A próxima Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém do Pará, em novembro de 2025, foi outro foco da fala de Nielsen. Ele destacou o simbolismo da escolha da Amazônia como sede do encontro e a responsabilidade do Brasil diante da comunidade internacional.

“Estamos diante de uma oportunidade única de posicionar a bioeconomia e a Amazônia no centro da agenda global”, afirmou. A COP30, segundo ele, deve marcar a transição entre a diplomacia climática e a implementação efetiva dos compromissos, com foco em investimentos, ciência e cooperação internacional.

A localização estratégica de Belém também remete à longa trajetória brasileira em questões ambientais. “É um retorno às origens, uma década após o Acordo de Paris e mais de 30 anos depois da Rio-92. Agora, mais do que nunca, precisamos conectar lucro e propósito ambiental com urgência e realismo”, declarou Nielsen.

Sobre a World Climate Foundation

Com sede na Dinamarca e atuação global, a World Climate Foundation é uma organização sem fins lucrativos voltada à promoção de parcerias público-privadas para acelerar a transição sustentável. Suas plataformas de impacto reúnem empresas, governos, bancos, organizações multilaterais e especialistas para desenvolver soluções estratégicas nas áreas de energia, clima e biodiversidade.

As coalizões de impacto da fundação oferecem networking estratégico, inteligência de mercado e mobilização de recursos, com o objetivo de promover um futuro sustentável que conecte pessoas, planeta e lucro. Para Nielsen, é esse tipo de engajamento que poderá garantir que a COP30 seja lembrada como o marco de uma nova fase na governança climática global.

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