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ONS projeta aumento de 1,7% na carga de energia elétrica em maio e sinaliza estabilidade para os próximos meses

Apesar das oscilações térmicas no início do ano, Operador Nacional do Sistema Elétrico mantém previsões de crescimento moderado no consumo de energia até junho, com destaque para o Sul do país

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou nesta semana sua projeção atualizada para a carga de energia elétrica no Brasil durante o mês de maio, apontando um crescimento de 1,7% na comparação anual, totalizando 80.394 megawatts médios (MWm). A estimativa, publicada no Programa Mensal da Operação (PMO), reflete um cenário de relativa estabilidade nas expectativas de consumo energético, mesmo após um início de ano marcado por oscilações térmicas significativas que influenciaram diretamente a demanda.

De acordo com o ONS, as temperaturas elevadas registradas nos primeiros meses de 2024, especialmente em fevereiro, impulsionaram um crescimento atípico na carga elétrica. Em fevereiro, o consumo médio no Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu impressionantes 89.101 MWm, superando de forma expressiva as previsões anteriores. A principal razão apontada foi a intensa onda de calor que atingiu o país, elevando o uso de equipamentos de climatização em domicílios e comércios.

Já em abril, o cenário foi oposto. A queda nas temperaturas em boa parte do território nacional fez com que a carga observada ficasse abaixo do esperado inicialmente, demonstrando o grau de sensibilidade da demanda elétrica às variações climáticas.

Projeções para maio: estabilidade e leve crescimento

Para maio, o ONS mantém a maior parte das projeções feitas anteriormente, sinalizando temperaturas dentro da média histórica: mais amenas na primeira quinzena e levemente acima da média na segunda metade do mês. Diante disso, as projeções de carga não sofreram alterações significativas, com as expectativas mantidas em linha com o PMO de abril e a revisão quadrimestral da carga publicada no início do mês.

No Sudeste/Centro-Oeste, o maior submercado do país em termos de consumo e geração, a previsão é de um crescimento tímido de 0,1%, totalizando 45.394 MW médios. A manutenção dessa expectativa reforça a leitura de um mês sem grandes oscilações, com o comportamento da carga mais ajustado ao histórico climático e de consumo da região.

No Sul do país, por sua vez, o cenário é mais dinâmico. O ONS projeta uma alta de 4,4% em maio, com carga estimada em 13.531 MW médios. Para junho, a expectativa é de um avanço ainda maior, de 5,6%, com carga atingindo 13.569 MW médios. A região vem apresentando maior crescimento proporcional, impulsionada por reaquecimento econômico e variações climáticas locais.

Expectativas para junho: aceleração no consumo

Em relação a junho, o ONS antecipa aumento no consumo em todas as regiões, puxado por temperaturas mais elevadas e recuperação gradual da atividade econômica em setores industriais e de serviços. No Sudeste/Centro-Oeste, a previsão é de crescimento de 3,6% na carga, chegando a 44.278 MW médios, enquanto no Sul os índices já citados de 5,6% reforçam a tendência de aumento contínuo no consumo energético regional.

Esses dados são fundamentais para o planejamento do setor elétrico brasileiro, permitindo que o ONS e os agentes do setor façam a gestão eficiente do despacho de energia, especialmente considerando o papel crescente das fontes renováveis e as limitações operativas de fontes hídricas em regiões com baixa armazenagem.

Oscilações de demanda e desafios de planejamento

Os dados de 2024 demonstram como a demanda de energia no Brasil segue fortemente atrelada às condições climáticas, o que representa um desafio adicional para o setor energético, principalmente no contexto da transição energética e da maior penetração de fontes intermitentes, como a solar e a eólica.

A variabilidade das temperaturas no início do ano reforça a necessidade de ferramentas preditivas mais robustas, capazes de considerar o impacto do clima na demanda e orientar decisões estratégicas para o equilíbrio entre oferta e consumo. Essa complexidade exige também resiliência nas infraestruturas e mecanismos de resposta rápida, como o uso de baterias, sistemas de armazenamento e contratos de demanda flexível.

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