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Startup baiana capta R$ 7,5 milhões para fortalecer resiliência climática nos setores de energia, portos e agro

Com soluções baseadas em inteligência artificial e ciência de dados, a i4sea amplia atuação estratégica com foco em eficiência operacional e mitigação de riscos ambientais

Diante da intensificação dos eventos climáticos extremos e do crescente impacto das mudanças do clima sobre operações críticas, uma startup baiana vem ganhando destaque ao propor uma solução tecnológica robusta para um dos maiores desafios globais da atualidade: a resiliência climática. A i4sea, especializada em inteligência climática, acaba de captar R$ 7,5 milhões em rodada liderada pelo Fundo GovTech, gerido pela KPTL e Cedro Capital, com participação da Polaris Investimentos.

O aporte marca a quinta investida do fundo em empresas de base tecnológica voltadas ao enfrentamento de desafios públicos. A startup, fundada em Salvador por oceanógrafos em 2016, combina ciência de dados, inteligência artificial e modelagem matemática para oferecer previsões hiperlocais capazes de antecipar e mitigar impactos climáticos em operações de grande escala. Setores como energia elétrica, agronegócio, portos e engenharia civil estão entre os principais beneficiados.

“Nosso objetivo é estar na vanguarda da resiliência climática. O desafio climático já é agora, não no futuro”, afirma Mateus Lima, CEO da i4sea.

A tecnologia desenvolvida pela empresa é centrada na plataforma i4cast, que transforma décadas de dados históricos, públicos e proprietários, em informações preditivas de alta precisão. A solução gera janelas operacionais seguras e eficientes com antecedência que varia de poucas horas a até 90 dias. Essas previsões permitem otimizar decisões logísticas, prevenir interrupções, evitar prejuízos e até identificar novas oportunidades de receita em operações dependentes do tempo, como usinas solares, hidrelétricas e linhas de transmissão.

Energia elétrica entre os principais mercados da startup

O setor elétrico, especialmente em regiões suscetíveis a intempéries como o Norte e o Nordeste do Brasil, tem se mostrado cada vez mais sensível à influência climática. A atuação da i4sea nesse campo representa uma nova fronteira para a inteligência climática: ao antecipar alterações meteorológicas severas, a tecnologia ajuda empresas a proteger ativos, minimizar perdas operacionais e planejar manutenções preventivas com maior assertividade.

O uso de previsões hiperlocais é estratégico para o setor, em um cenário no qual a geração e a transmissão de energia elétrica estão cada vez mais sujeitas a oscilações causadas por extremos climáticos, como secas prolongadas, tempestades severas ou calor excessivo.

“A i4sea se destaca não apenas pelo conhecimento técnico profundo dos fundadores, mas também pela entrega de soluções validadas no mercado com reflexos diretos na segurança operacional”, pontua Adriano Pitoli, Head do Fundo GovTech.

Expansão nacional e internacional

Inicialmente voltada à otimização das operações portuárias, a i4sea evoluiu em 2020 para um sistema mais abrangente de gestão de riscos climáticos, ampliando sua atuação para setores sensíveis às mudanças do clima. Com o novo aporte, a empresa pretende escalar a plataforma i4cast, expandir sua infraestrutura tecnológica e alcançar novos mercados — com especial atenção à internacionalização para países em desenvolvimento.

No setor público, a empresa atua de forma pro-bono com a Capitania dos Portos de Salvador (BA), fornecendo janelas de navegação seguras e contribuindo para a redução de acidentes na Baía de Todos os Santos. A atuação reforça o caráter de impacto social da startup e sua missão de promover inovação com propósito.

O investimento na i4sea acompanha uma tendência global voltada à busca por soluções climáticas que integrem inovação tecnológica, sustentabilidade e aplicação prática. Em um cenário de agravamento da crise climática, o fortalecimento de tecnologias como a desenvolvida pela i4sea representa mais do que uma resposta aos riscos crescentes. Trata-se de uma oportunidade concreta de modernizar os setores mais estratégicos da economia brasileira.

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