Demanda cresceu 21% em 2024, impulsionada por projetos de transmissão e pelo avanço de fontes renováveis no Norte e Nordeste
O ano de 2024 marcou um crescimento expressivo no consumo de alumínio pelo setor elétrico brasileiro, com uma alta de 20,7% em relação ao ano anterior. De acordo com dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o segmento respondeu por 207 mil toneladas do metal consumidas no país, consolidando-se como um dos principais vetores de demanda. O resultado reflete diretamente os investimentos na expansão da malha de transmissão de energia, com destaque para as regiões Norte e Nordeste.
A utilização do alumínio pelo setor elétrico é justificada por características técnicas e econômicas que o tornam uma alternativa vantajosa ao cobre, tradicionalmente utilizado em condutores. O metal é aproximadamente 66% mais leve, possui elevada condutividade elétrica e menor custo, além de trazer benefícios logísticos e ambientais ao reduzir o peso e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa durante o transporte.
Alumínio: peça-chave da expansão elétrica brasileira
A expansão das redes de transmissão tem sido impulsionada pela necessidade de escoar a energia gerada por fontes renováveis — como a solar e a eólica —, concentradas nas regiões Norte e Nordeste. Com novos empreendimentos energéticos em operação e a perspectiva de licitações robustas, a demanda por condutores metálicos acompanha essa transformação, colocando o alumínio em posição de destaque na matriz de infraestrutura do país.
“O alumínio tornou-se peça-chave para o avanço da infraestrutura energética brasileira, combinando leveza, desempenho e menor impacto ambiental. É um metal estratégico para uma economia que busca eficiência e sustentabilidade”, afirma Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
Além do setor elétrico, o consumo de alumínio também cresceu de forma significativa na construção civil e nos transportes, impulsionando o total nacional para 1,8 milhão de toneladas em 2024 — um aumento de 13,5% em comparação com 2023. Para 2025, a projeção é de crescimento adicional de 4,1% no consumo doméstico.
Vantagens técnicas e ambientais impulsionam preferência pelo alumínio
O alumínio apresenta vantagens competitivas em comparação ao cobre, especialmente para aplicações em linhas de transmissão de longa distância. Sua leveza reduz os custos com estruturas de sustentação e transporte, ao passo que sua durabilidade e resistência à corrosão garantem maior vida útil e menor necessidade de manutenção.
Além disso, o metal tem importante papel na estratégia de descarbonização da economia. Ao demandar menos energia para ser transportado e permitir a fabricação de produtos mais leves e recicláveis, o alumínio contribui para metas de sustentabilidade ambiental, sendo 100% reciclável sem perda de propriedades físico-químicas.
Indústria brasileira preparada para atender à nova demanda
O crescimento da demanda nacional por alumínio, estimulado por projetos de infraestrutura e por exigências ambientais mais rigorosas, reforça o potencial da cadeia produtiva do setor. A indústria brasileira do alumínio tem buscado inovação e investimentos em eficiência energética, circularidade e redução de emissões.
“A indústria está preparada para atender a essa nova fase com excelência tecnológica, capacidade produtiva e responsabilidade ambiental. O crescimento do consumo do alumínio reflete o reposicionamento do setor como vetor de inovação e sustentabilidade no Brasil”, conclui Janaina Donas.