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Minas Gerais avança na liderança climática com plano estratégico de descarbonização da economia

Programa Rota da Descarbonização posiciona o estado como pioneiro na transição para uma economia verde, com ações setoriais baseadas em diagnóstico técnico e metas de longo prazo

Com metas ambiciosas e planejamento técnico, Minas Gerais reforça sua posição de destaque no cenário nacional e internacional da sustentabilidade. O estado está avançando com o programa Rota da Descarbonização, iniciativa conduzida pelo Governo de Minas, por meio da Invest Minas e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), que tem como objetivo traçar um caminho seguro, mensurável e eficiente rumo à neutralidade de carbono.

O programa identifica os principais setores emissores de gases de efeito estufa (GEE) e propõe soluções de curto, médio e longo prazos para a redução de emissões. Com um diagnóstico detalhado, o projeto se destaca por propor medidas práticas e tecnologicamente viáveis, sendo o primeiro do tipo na América Latina a se alinhar à campanha global Race to Zero, das Nações Unidas.

Mapeamento das emissões em Minas

A primeira fase do Rota da Descarbonização consistiu na identificação dos quatro grandes grupos responsáveis pela emissão de GEE em Minas Gerais: Agropecuária, Florestas e Uso da Terra; Indústria; Transporte; e Energia. Esses setores foram analisados em profundidade, considerando a intensidade de emissões, o potencial de mitigação e as barreiras econômicas e tecnológicas para a implementação das soluções.

O levantamento revelou que o grupo Agropecuária, Florestas e Uso da Terra representa 50% das emissões do estado. Dentro deste grupo, a pecuária é a principal fonte (62,2%), seguida pela agricultura (27,2%) e pelo uso de terras e florestas (10,6%). A Indústria aparece em segundo lugar, com 28% das emissões, das quais 50% são oriundas da produção de ferro-gusa e aço, 27% do cimento, 4% da mineração e 19% de outros segmentos industriais.

O setor de Transporte é responsável por 15,7% das emissões, com predominância do modal rodoviário (94%). Já o setor de Energia responde por 3,3%, considerando apenas a geração elétrica (57,3%), o refino de petróleo (41,5%) e a produção de biocombustíveis (1,2%).

Estratégias sob medida para cada setor

O programa classifica as soluções para descarbonização de acordo com sua viabilidade e complexidade. No setor Agropecuário e Florestal, por exemplo, destacam-se como de menor desafio a adoção de práticas de baixo carbono, como o manejo eficiente de nutrientes e a melhoria genética dos rebanhos. A integração lavoura-pecuária-floresta e o manejo de fertilizantes são considerados de desafio médio. Já o uso agrícola de biocarvão figura entre as inovações mais complexas.

Na Indústria, a melhoria da eficiência energética e o uso de combustíveis alternativos são ações com grande potencial de mitigação e viabilidade. A adoção de hidrogênio verde e tecnologias de captura de carbono, embora promissoras, exigem maiores investimentos e amadurecimento tecnológico.

No setor de Transporte, medidas como a ampliação do uso de etanol em veículos leves já são realidade. A eletrificação de frotas e o uso de biodiesel e diesel verde em veículos pesados são estratégias de médio desafio. Tecnologias mais avançadas, como o uso de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e a eletrificação de veículos pesados, fazem parte da visão de longo prazo.

No setor Energético, o foco está na expansão das fontes renováveis, como solar e eólica, e na modernização de processos na Refinaria Gabriel Passos (Regap). Em longo prazo, o uso de hidrogênio verde e de baterias para armazenamento de energia renovável, bem como tecnologias de captura de carbono, representam os grandes desafios e oportunidades.

Estado-modelo na agenda climática

Para a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, o programa representa mais do que uma política ambiental. “Minas está se tornando um polo estratégico para investidores comprometidos com critérios ESG. A responsabilidade com o futuro norteia o desenvolvimento do estado, e o Rota da Descarbonização é a espinha dorsal dessa transformação.”

O diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, reforça: “Não se trata mais de uma escolha. A descarbonização é uma necessidade. Minas está liderando com ações concretas e planejamento, consolidando-se como um modelo internacional na transição para uma economia verde.”

Alinhamento internacional

Minas Gerais é o primeiro estado da América Latina e do Caribe a aderir oficialmente à Race to Zero, iniciativa da ONU que visa a redução das emissões líquidas de carbono até 2050. Com esse alinhamento, o programa não apenas posiciona Minas como referência nacional, mas também como um destino estratégico para investimentos de impacto.

O Rota da Descarbonização demonstra que políticas públicas podem ser ao mesmo tempo sustentáveis, inovadoras e economicamente viáveis — abrindo caminho para uma nova era de desenvolvimento, onde a competitividade está diretamente ligada à responsabilidade ambiental.

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