Projeto Vale do Tijuco marca o início de uma colaboração que aposta no biogás como vetor da transição energética brasileira e reforça a economia circular no setor sucroenergético
Em um movimento que reforça a busca por soluções energéticas sustentáveis no Brasil, a GEOMIT e a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) com o objetivo de desenvolver projetos de biogás e biometano em escala comercial, a partir de resíduos da cana-de-açúcar. A iniciativa, que será inaugurada com o Projeto Vale do Tijuco, localizado no Triângulo Mineiro, representa um passo estratégico para diversificação da matriz energética brasileira e para o fortalecimento da bioeconomia.
A proposta une expertises complementares: de um lado, a força da CMAA no agronegócio e, de outro, a inovação tecnológica da GEOMIT, joint venture entre a Mitsui Gás e Energia do Brasil (Mitsui Gás) e a Geo biogas & carbon (Geo), especializada em soluções avançadas para conversão de resíduos agroindustriais em combustíveis limpos.
Uma nova fronteira para o gás renovável
O Projeto Vale do Tijuco será o marco inicial da parceria e terá como base o aproveitamento de resíduos como vinhaça, torta de filtro e bagaço da cana-de-açúcar, insumos abundantes na cadeia produtiva sucroenergética. Esses materiais serão processados por meio de digestão anaeróbia — tecnologia que permite a conversão de matéria orgânica em biogás e, posteriormente, em biometano de alta qualidade.
O biometano produzido será direcionado principalmente para uso industrial e para o setor de transportes, oferecendo uma alternativa renovável ao gás natural de origem fóssil. Além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, o projeto contribuirá diretamente para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, um dos pilares da agenda de transição energética.
Força do agronegócio e inovação tecnológica lado a lado
A CMAA, responsável pela produção anual de mais de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, é uma das referências no setor sucroenergético nacional. Com sede no Triângulo Mineiro, a empresa atua na produção de açúcar, etanol e bioeletricidade, integrando práticas sustentáveis à sua operação.
A GEOMIT, por sua vez, é resultado da união estratégica da Mitsui Gás, que possui participação direta e indireta em 13 distribuidoras locais de gás canalizado, e da Geo, que desenvolveu tecnologias proprietárias para otimizar o aproveitamento de resíduos agroindustriais na geração de energia limpa. A combinação dessas forças cria um cenário favorável para a escalabilidade dos projetos e sua replicação em outras regiões do país.
Contribuição para a economia circular e o desenvolvimento local
A iniciativa tem como pilares a economia circular e a valorização regional. Ao transformar resíduos orgânicos em fonte energética, o projeto reduz impactos ambientais e gera novas oportunidades econômicas. Além de fomentar o uso de energias renováveis, a colaboração entre GEOMIT e CMAA deve estimular a geração de empregos locais e promover o desenvolvimento de cadeias produtivas associadas.
A meta é que o modelo aplicado no Vale do Tijuco seja replicável, estimulando a criação de novos polos de produção de biometano em regiões canavieiras do Brasil, como forma de agregar valor aos resíduos e reduzir a pegada de carbono do agronegócio.
Biometano: combustível do futuro
O uso de biometano como substituto ao gás natural tradicional vem crescendo globalmente. No Brasil, o setor desponta como promissor, especialmente diante da abundância de biomassa e resíduos agroindustriais. A parceria entre GEOMIT e CMAA se insere nesse contexto e reforça a posição do país como potencial líder mundial em energia renovável.
A expansão do uso de biogás e biometano fortalece a estratégia nacional de descarbonização, impulsiona a inovação no setor energético e evidencia o potencial do Brasil como liderança global em soluções sustentáveis.