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ONS prevê aumento da capacidade de transmissão entre Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste com nova linha de 500 kV

Relatório técnico detalha avanço das interligações regionais no SIN e projeta elevação na capacidade de contribuição energética das regiões Norte e Nordeste já em 2025

A capacidade de transferência de energia elétrica das regiões Norte e Nordeste para o restante do país está prestes a dar um salto significativo, conforme indica o Relatório de Diretrizes para Operação Elétrica – Volume 03, publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no dia 1º de abril de 2025. O documento apresenta dados técnicos atualizados sobre os principais limites de transmissão entre os eixos Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste do Sistema Interligado Nacional (SIN), além de oferecer um panorama das estratégias adotadas para mitigar cortes na geração de energia renovável.

A publicação é resultado das diretrizes estabelecidas pelo Grupo de Trabalho (GT) Cortes de Geração, criado durante a 302ª Reunião Extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada em 6 de março de 2025. A principal missão do grupo é propor ações que reduzam perdas no aproveitamento da energia renovável produzida no país, especialmente nas regiões com elevado potencial de geração, como o Norte e o Nordeste.

Transmissão em expansão: de 13.800 MW para 14.500 MW

Atualmente, a capacidade máxima de transmissão entre os subsistemas das regiões Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste está em 13.800 megawatts (MW). Contudo, esse número deverá subir para 14.500 MW com a entrada em operação da nova linha de transmissão em 500 kV Poções III – Medeiros Neto II – João Neiva 2. Segundo o ONS, o trecho Poções III – Medeiros Neto tem previsão de entrar em operação comercial em 30 de junho de 2025, enquanto a linha Medeiros Neto II – João Neiva 2 deverá estar ativa em 30 de dezembro do mesmo ano.

As instituições responsáveis pelo empreendimento já estão mobilizadas para antecipar a conclusão das obras, dada sua importância estratégica para o aumento da robustez e segurança operativa do SIN.

Modernização do sistema e integração regional

O relatório analisa a operação atual do sistema elétrico nacional, as alterações ocasionadas pela entrada de novas usinas e linhas de transmissão e as condições operacionais nas diferentes regiões do país. Um dos aspectos centrais da publicação é a definição dos limites operativos da rede, detalhando a quantidade máxima de energia que pode ser transmitida em pontos críticos e os desafios técnicos que podem surgir durante situações normais ou de emergência.

A atualização constante desses dados é fundamental para que o sistema elétrico nacional se mantenha confiável, resiliente e preparado para as transformações previstas no horizonte de médio e longo prazos. Nesse contexto, o ONS também destaca a importância do relatório PAR/PEL – Planejamento Elétrico de Médio Prazo do SIN, publicado anualmente com projeções para os cinco anos seguintes.

Sistemas Especiais de Proteção (SEPs) e combate ao desperdício energético

Como parte do esforço para aprimorar o intercâmbio energético entre os subsistemas, o GT Cortes de Geração propôs melhorias em dois Sistemas Especiais de Proteção (SEPs). A implementação dessas atualizações técnicas deve permitir o aumento da capacidade de escoamento de energia entre o Norte/Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste, promovendo mais equilíbrio e eficiência na operação do SIN.

Com a adoção dessas medidas, o ONS planeja novas revisões do relatório de diretrizes operativas, refletindo os avanços conquistados e reforçando o compromisso do setor com uma transição energética eficiente e sustentável.

Norte e Nordeste: protagonistas na matriz energética do futuro

As regiões Norte e Nordeste têm se destacado na geração de energia renovável, especialmente a partir de fontes solar e eólica. Com a expansão da malha de transmissão e o aperfeiçoamento dos protocolos operativos, essas regiões ganham protagonismo na consolidação de uma matriz energética limpa e integrada, contribuindo para a segurança energética do Brasil e a descarbonização do setor elétrico.

A expectativa é que, com a conclusão dos projetos em andamento e a implementação das propostas do GT Cortes de Geração, o país avance significativamente na redução dos cortes na geração renovável, aproveitando com maior eficácia o potencial disponível e garantindo maior previsibilidade ao planejamento energético nacional.

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