Ministro Alexandre Silveira recebe comitiva goiana e reforça o papel do estado na expansão do sistema de transmissão e na transição energética nacional
O Governo Federal deu mais um passo em direção à modernização da malha energética brasileira com foco no desenvolvimento regional. Em reunião realizada nesta terça-feira (15), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, recebeu uma comitiva de lideranças do estado de Goiás para tratar do Leilão da Linha do Vale do Araguaia, um dos projetos estratégicos do setor elétrico nacional previsto para 2025. A iniciativa reforça o compromisso da União com o fortalecimento da infraestrutura elétrica e com o desenvolvimento sustentável do norte goiano.
Participaram do encontro o senador Vanderlan Cardoso (PSD/GO), o deputado federal José Nelto (União/GO) e oito prefeitos de diferentes municípios de Goiás, todos interessados em acompanhar de perto as ações do Ministério de Minas e Energia (MME) para ampliar a capilaridade da rede de transmissão e impulsionar o aproveitamento das fontes renováveis na região.
Durante a reunião, o ministro Silveira destacou que Goiás ocupa uma posição estratégica na agenda energética nacional, não apenas por sua força no agronegócio, mas também pela relevância mineral e pelas condições climáticas favoráveis à geração de energia solar. “Poucos imaginavam que o Brasil se tornaria um celeiro tão robusto na geração de energia. Ainda há muito a ser feito, mas os avanços são expressivos. Iniciativas como o programa Combustível do Futuro, os investimentos em transmissão e a renovação antecipada das concessões mostram que estamos no caminho certo”, afirmou o ministro.
Ele também ressaltou a importância da modernização dos contratos de concessão com distribuidoras, que agora incluem 17 novos critérios de qualidade, entre eles a criação de canais diretos entre prefeitos e concessionárias para garantir melhorias em serviços essenciais como saúde, educação e segurança pública.
Expansão da infraestrutura elétrica com foco em renováveis
O Leilão da Linha do Vale do Araguaia faz parte do Lote 5 do Leilão de Transmissão nº 1/2025, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A proposta está em consulta pública até 19 de maio, e o certame está previsto para ocorrer no dia 31 de outubro de 2025.
O projeto contempla um conjunto de obras que visam atender a crescente demanda energética do norte de Goiás, impulsionada pelo crescimento da agroindústria e pela expansão das fontes renováveis, sobretudo a energia solar. Entre os principais componentes do projeto, estão:
- Implantação da Subestação Matrinchã 2 (230/138 kV);
- Construção das linhas de transmissão Itapaci – Matrinchã 2 (152 km) e Matrinchã 2 – Firminópolis (139 km);
- Instalação de novas subestações de distribuição nos municípios de Matrinchã, Britânia, Fazenda Canadá e Aragarças;
- Mais de 220 km em linhas de distribuição, ampliando significativamente a capacidade de atendimento da região.
Com a realização dessas obras, será possível integrar usinas fotovoltaicas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), permitindo o escoamento da energia gerada para outros centros consumidores e contribuindo diretamente para o avanço da transição energética brasileira.
Goiás: vetor de desenvolvimento sustentável
O senador Vanderlan Cardoso elogiou a atuação do ministro Alexandre Silveira e afirmou que o principal desafio do setor elétrico hoje está na distribuição da energia, não na geração. “O Brasil já é exportador de energia. Estados como o Ceará, que antes dependiam da importação, agora produzem mais do que consomem. Com o apoio do Governo Federal, Goiás tem tudo para seguir esse mesmo caminho”, declarou o parlamentar.
Por sua vez, o deputado José Nelto enfatizou a posição de destaque de Goiás na produção de minerais estratégicos para a transição energética, como as terras raras, que são insumos fundamentais para baterias, turbinas e equipamentos de alta tecnologia. “Apoiar a infraestrutura de transmissão é garantir que possamos explorar todo o potencial energético e mineral de forma eficiente e sustentável”, afirmou.
Empregos, segurança energética e competitividade
Além dos benefícios estruturais, o leilão traz uma perspectiva de geração de empregos diretos e indiretos durante as etapas de construção, operação e manutenção das novas linhas e subestações. A expectativa do MME é de que o projeto dinamize a economia local, ao mesmo tempo em que melhora a segurança energética para consumidores residenciais, produtores rurais e empreendimentos industriais.
Ao integrar novas fontes de energia limpa à rede nacional, o projeto também favorece a competitividade regional e posiciona Goiás como um importante hub de energia renovável no Centro-Oeste brasileiro.
