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Fontes renováveis aumentam em até 25% o valor de mercado de empresas de energia, revela estudo da Strategy&

Fontes renováveis aumentam em até 25% o valor de mercado de empresas de energia, revela estudo da Strategy&

Análise global destaca papel estratégico da matriz limpa e a forte presença do setor elétrico brasileiro entre os avaliados

A transição energética deixou de ser apenas uma tendência e passou a impactar diretamente o valor de mercado das empresas do setor. É o que mostra o estudo “Industry Insights Energy & Utilities”, realizado pela Strategy&, braço de consultoria estratégica da PwC. De acordo com o levantamento, as empresas de energia que incorporaram fontes renováveis ao seu portfólio registraram valorização média de 25% a mais do que aquelas que mantêm uma matriz energética tradicional.

O estudo, divulgado em 15 de abril de 2025, avaliou mais de 3 mil companhias em todo o mundo, atuantes nos segmentos de óleo e gás, energia elétrica, saneamento e distribuição. No Brasil, onde o setor elétrico representa 72% do total das empresas analisadas, número bem acima da média global, de 43%, os resultados refletem o amadurecimento do mercado e o avanço das pautas ESG no setor.

Segundo Adriano Correia, sócio e líder da PwC Brasil para energia e serviços de utilidade pública, as energias renováveis deixaram de ser vistas como um risco de negócio, passando a ser um diferencial competitivo e estratégico.

“As renováveis seguem o caminho de crescimento em eficiência, retorno e expansão de plantas no país. Não há como retroceder nessa pauta”, afirma Correia.

Desempenho superior das fontes limpas

O estudo revela que, entre 2018 e 2022, as empresas de geração a partir de fontes renováveis apresentaram desempenho superior às de origem fóssil em diversos quesitos: múltiplo de valor, retorno médio e estabilidade de resultados. A maior previsibilidade operacional e a crescente demanda por energia limpa contribuíram para impulsionar esses indicadores.

Embora empresas fósseis tenham apresentado maior crescimento em alguns momentos, impulsionadas por crises de abastecimento global e variações geopolíticas, os modelos de negócio baseados em renováveis mostraram-se mais consistentes. As companhias com portfólios diversificados, englobando petróleo, gás e fontes renováveis, também foram destaque por sua resiliência em momentos de crise, como a pandemia e os recentes conflitos internacionais.

Correia destaca ainda a importância de uma estrutura integrada. “Ter um portfólio completo é fundamental para enfrentar adversidades e garantir a sustentabilidade do negócio em médio e longo prazo.”

Fatores de valorização no mercado energético

A análise da PwC mostra que os principais fatores de valorização de mercado no setor de energia envolvem tecnologia, flexibilidade estratégica, capacidade de adaptação regulatória e posicionamento ESG. As empresas menores e mais especializadas foram, em geral, mais ágeis em implementar mudanças, o que resultou em melhor precificação e crescimento acelerado.

Por outro lado, companhias integradas e de grande porte apresentaram resultados mais robustos, o que demonstra que, independentemente do tamanho, o alinhamento às novas demandas do setor é essencial.

Outro ponto relevante é o avanço das tecnologias relacionadas à geração limpa, como baterias de armazenamento, biocombustíveis e sistemas híbridos. Esses recursos tornaram as fontes renováveis mais acessíveis, eficientes e confiáveis, abrindo caminho para uma transição energética mais concreta.

A volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis, acentuada por guerras e instabilidades diplomáticas, também contribui para acelerar a migração para fontes mais estáveis e menos dependentes de mercados externos.

Recuperação pós-pandemia e desafios no Brasil

O relatório mostra ainda que o setor global de energia e utilities já recuperou os níveis pré-pandemia, tanto em termos de receita quanto de valor de mercado. Em vários países, inclusive no Brasil, o ritmo de crescimento superou a inflação acumulada no período.

Entretanto, o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais para manter a competitividade global. A desvalorização cambial e as incertezas regulatórias são entraves apontados por investidores e especialistas. Ainda assim, em moeda local, o país acompanhou o ritmo global de valorização no setor.

Para o futuro, o estudo sugere que empresas que investirem em inovação tecnológica, políticas de sustentabilidade e diversificação da matriz energética estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado e garantir crescimento sustentável.

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