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CCEE destaca avanço da abertura do mercado livre de energia no SENDI 2025 com foco na migração simplificada

CCEE destaca avanço da abertura do mercado livre de energia no SENDI 2025 com foco na migração simplificada

Novo modelo, que entra em vigor em julho, promete acelerar adesões ao mercado livre por meio de APIs, digitalização e menos burocracia. Tema foi um dos mais procurados no estande da Câmara durante o evento

A transição para um setor elétrico mais dinâmico, eficiente e competitivo ganhou destaque no SENDI 2025, com a apresentação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) sobre a abertura do mercado livre de energia no Brasil. O foco foi no detalhamento do modelo de migração simplificada, que entra em vigor em 1º de julho de 2025, e deverá transformar o acesso de consumidores ao Ambiente de Contratação Livre (ACL).

O painel conduzido pela CCEE esclareceu os principais pontos sobre a implementação do Procedimento de Comercialização 1.8 (PdC 1.8), que viabiliza a migração de consumidores com mais rapidez, segurança e menor burocracia. A adoção da tecnologia por meio de APIs (Application Programming Interfaces) permitirá uma gestão mais eficiente do cadastro, acompanhamento e operação dos contratos de energia no mercado livre.

Migração simplificada: como funciona o novo modelo?

O PdC 1.8 traz uma mudança estrutural nos processos de adesão ao mercado livre. A partir de julho, os agentes do mercado — como distribuidoras, comercializadoras e varejistas — deverão utilizar APIs para enviar e validar informações cadastrais, medições e solicitações de migração de seus clientes.

Com isso, etapas que antes eram manuais e demoradas, como modelagem de ativos no sistema SIGA, passam a ser realizadas de forma totalmente digital. O resultado esperado é um processo com menos custos operacionais, mais agilidade e maior escalabilidade, sobretudo na expectativa de abertura total do mercado para consumidores de baixa tensão até 2028.

“Esse modelo vai além de uma transformação operacional. É uma mudança de paradigma, trazendo mais autonomia e transparência para consumidores e agentes do setor”, destacou a equipe técnica da CCEE durante o evento.

Quais são os principais benefícios?

  • Redução de tempo no processo de migração, que poderá ser realizado de forma muito mais ágil.
  • Maior segurança no compartilhamento de dados, com autenticação digital e integração direta entre agentes.
  • Escalabilidade para atender ao crescimento exponencial do mercado livre, especialmente com a entrada dos consumidores de baixa tensão.
  • Menos burocracia: eliminação de etapas como declaração manual de ativos e perdas na Rede Básica.

Desafios para os agentes do setor

Apesar dos benefícios, a CCEE alerta que o novo modelo traz desafios significativos. As distribuidoras, comercializadoras e varejistas precisam estar tecnicamente preparadas, com seus sistemas integrados às APIs da Câmara, sob pena de não conseguirem realizar migrações a partir da data estipulada.

A partir de 1º de julho de 2025, será obrigatória a utilização das APIs para a migração e gestão de consumidores com carga inferior a 0,5 MW no modelo varejista. O não cumprimento poderá gerar sanções conforme as regras da Resolução Normativa nº 846/2019 da ANEEL.

Abertura de mercado e a MP nº 1.300/2025

A Medida Provisória nº 1.300/2025 foi outro ponto de destaque nas discussões da CCEE no SENDI. A MP consolida a estratégia de abertura total do mercado livre, garantindo a possibilidade de qualquer consumidor, incluindo residenciais, escolher seu fornecedor de energia até o final de 2028.

Esse movimento alinha o Brasil às melhores práticas internacionais, promovendo um ambiente mais competitivo, que favorece a transição energética, a expansão de fontes renováveis e a redução de custos para os consumidores.

Conclusão: uma nova era para o setor elétrico brasileiro

A implementação da migração simplificada representa um marco na modernização do setor elétrico nacional. Combinada à abertura total do mercado, prevista para os próximos anos, ela amplia as possibilidades de acesso à energia mais barata, renovável e sob medida para consumidores de todos os portes.

O SENDI 2025 confirmou que a digitalização, aliada à descarbonização e descentralização, é o caminho para um setor elétrico mais eficiente, competitivo e sustentável no Brasil.

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