Encontro entre Marina Grossi e o Campeão de Alto Nível do Clima, Dan Ioschpe, reforça a união entre setor privado e lideranças da COP30 para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono
Com a proximidade da COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém (PA), o setor empresarial brasileiro fortalece sua participação na agenda climática global. Nesta segunda-feira (14), em São Paulo, a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, se reuniu com o recém-nomeado Campeão de Alto Nível do Clima da COP30, Dan Ioschpe, e com Jennifer Austin, diretora de Estratégia e Política do Climate Champions Team — grupo internacional que assessora os chamados Champions da ONU.
O encontro marcou mais um passo na construção de frentes colaborativas entre a iniciativa privada e as lideranças da Conferência, ampliando o protagonismo empresarial nas decisões que moldarão a agenda climática global nos próximos anos. A reunião também sinaliza a continuidade do trabalho conjunto que o CEBDS, em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), já desenvolve com outras lideranças da COP30, como o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência, e a diretora executiva Ana Toni.
Diálogo multissetorial e ação climática concreta
Na condição de Campeão de Alto Nível do Clima, Dan Ioschpe tem a missão de representar os chamados non-state actors — atores não estatais como empresas, ONGs, academia e governos subnacionais — nas negociações oficiais da COP. Sua atuação será essencial para assegurar que as vozes desses segmentos estejam refletidas nas decisões e compromissos assumidos pelos países-membros da ONU.
“Dan Ioschpe reúne uma sólida experiência no setor industrial e demonstrou, durante sua liderança no B20, grande habilidade em construir pontes entre o mundo empresarial e os governos. Esse histórico será fundamental para promover avanços concretos e ambiciosos na COP30, e estamos felizes em trabalhar ao lado dele”, afirmou Marina Grossi.
A presidente do CEBDS também destacou o papel do setor privado como agente ativo da transformação rumo a uma economia de baixo carbono, ressaltando o compromisso da entidade em gerar soluções escaláveis e mensuráveis. “O CEBDS tem uma longa trajetória nas Conferências do Clima da ONU. Acreditamos que o setor empresarial brasileiro pode — e deve — liderar a construção de uma nova economia, baseada em inovação, inclusão e sustentabilidade”, completou.
Prioridades estratégicas para a COP30
Durante a reunião, Ioschpe reforçou a importância de iniciativas que já estejam em andamento e tenham potencial de gerar impacto concreto e duradouro. Um dos exemplos citados foi a Coalizão de Transportes Sustentáveis, liderada pelo CEBDS em parceria com a Motiva (antigo Grupo CCR) e o Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, do Insper. A iniciativa tem como objetivo acelerar a descarbonização do setor de transportes, promovendo soluções em mobilidade sustentável no Brasil.
“Queremos transformar a COP30 em um catalisador de mudanças reais. A descarbonização dos transportes é essencial para que o Brasil avance em sua trajetória climática, e isso exige o engajamento de múltiplos atores”, destacou Ioschpe. A convergência de esforços entre poder público, setor privado e sociedade civil é, segundo ele, o caminho mais eficaz para gerar resultados significativos e duradouros.
CEBDS: ponte entre negócios e clima
A atuação do CEBDS nos preparativos da COP30 reafirma seu papel como principal articulador do setor empresarial na agenda de clima e sustentabilidade no Brasil. Com mais de duas décadas de atuação, a entidade tem promovido uma aproximação estratégica entre empresas, governos e organismos internacionais, consolidando uma visão integrada de desenvolvimento sustentável.
A COP30, a ser realizada na região amazônica, traz uma responsabilidade simbólica e prática ainda maior: colocar o Brasil no centro das soluções climáticas globais. Para isso, será fundamental que o país demonstre liderança não apenas na política ambiental, mas também no engajamento de seu setor produtivo.
“A COP30 representa uma oportunidade histórica para mostrarmos que o Brasil pode liderar pelo exemplo, com políticas públicas robustas, inovação empresarial e inclusão social. O CEBDS está comprometido em contribuir com esse legado”, concluiu Marina Grossi.