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Reservatórios mantêm estabilidade ao fim do período úmido e reforçam segurança energética nacional, aponta ONS

Com destaque para o Norte, que encerra abril com 97% de armazenamento, Operador Nacional do Sistema projeta cenário favorável, apesar das afluências abaixo da média histórica

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou, nesta sexta-feira (12), o boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) referente à semana operativa de 12 a 18 de abril, com boas notícias para o setor elétrico brasileiro. Segundo as projeções, três dos quatro subsistemas do país devem encerrar o mês com níveis de energia armazenada (EAR) acima de 65%, o que indica estabilidade no fornecimento de eletricidade mesmo com o fim antecipado do período úmido.

O maior destaque fica por conta da região Norte, que apresenta um índice impressionante de 97% de EAR, reforçando sua importância como vetor de segurança energética para o país. O Nordeste também se mostra resiliente, com 75,6% de armazenamento, seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, com 69,4%. A exceção é a região Sul, que deve atingir 39,2%, o menor percentual entre os subsistemas, mas ainda dentro dos parâmetros de operação segura.

“A quantidade de água acumulada em reservatórios de hidrelétricas já é resultado do esforço do ONS em preservar recursos hídricos. Estamos analisando todos os cenários com atenção e, se necessário, novos ajustes na política operativa serão indicados”, afirmou Elisa Bastos, diretora de Assuntos Corporativos e diretora de Operação do ONS em exercício.

Afluência abaixo da média reforça necessidade de cautela

Embora os níveis de armazenamento sejam positivos, o boletim também destaca que a Energia Natural Afluente (ENA) — indicador que mede a quantidade de água que chega aos reservatórios, segue abaixo da Média de Longo Termo (MLT) em todas as regiões.

As estimativas para o mês de abril indicam que o Norte deve alcançar 79% da Média de Longo Termo (MLT), enquanto o Sudeste/Centro-Oeste deve atingir 74%. Já a região Sul apresenta um percentual de 56% da MLT, e o Nordeste, por sua vez, deve registrar 27%.

Esses números evidenciam a importância de uma gestão estratégica e preventiva, especialmente diante da antecipação do período seco, que historicamente demanda maior cuidado com a operação dos reservatórios e da matriz elétrica nacional.

Redução de carga altera projeções de consumo

Outro ponto relevante abordado no relatório do ONS é a queda na expectativa de demanda de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN), com retração de 1,6%, totalizando 80.336 MWmed. As regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul devem registrar as maiores quedas, com -3,7% (45.219 MWmed) e -3% (13.518 MWmed), respectivamente.

Segundo o ONS, a redução está relacionada à passagem de frentes frias, que provocaram queda de temperatura e, consequentemente, menor consumo de energia elétrica. Em contrapartida, as regiões Norte e Nordeste devem seguir em trajetória de crescimento, com aumento de 6,4% (7.945 MWmed) e 2,7% (13.653 MWmed), respectivamente.

Custo Marginal de Operação (CMO) segue zerado no Norte e Nordeste

Em termos de preço da energia no mercado de curto prazo, o Custo Marginal de Operação (CMO) permanece zerado nas regiões Norte e Nordeste, refletindo os níveis confortáveis de armazenamento e menor pressão sobre a oferta.

Já nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, os valores estão projetados em R$ 163,42/MWh e R$ 173,26/MWh, respectivamente. Esses números foram influenciados por fatores como a redução da carga esperada durante os feriados e os custos operacionais das usinas térmicas, conforme informado pelos agentes do setor.

Segurança hídrica reforçada diante de um período desafiador

Mesmo com o encerramento precoce do período úmido e as afluências aquém da média histórica, o Brasil entra no período seco com um cenário de estabilidade nos níveis dos principais reservatórios do país. A combinação entre planejamento, operação preventiva e a robustez da matriz hidrelétrica brasileira garante, ao menos por ora, a continuidade do fornecimento de energia elétrica em condições seguras.

Essa resiliência é resultado da atuação coordenada do ONS, da atenção aos sinais climáticos e da integração do Sistema Interligado Nacional, que permite maior flexibilidade na gestão dos recursos energéticos disponíveis.

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