Durante três dias no Rio de Janeiro, autoridades, especialistas e executivos trataram dos desafios da descarbonização e da importância estratégica do petróleo brasileiro no novo cenário energético mundial
O Brasil está no centro de uma discussão estratégica que envolve segurança energética, transição para fontes renováveis e o papel do petróleo no futuro da matriz global. Essa foi a tônica do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia – Oil & Gas 2025, realizado entre os dias 9 e 11 de abril, no Rio de Janeiro, reunindo autoridades públicas, representantes da iniciativa privada, pesquisadores e organismos internacionais.
O evento teve como principal objetivo fomentar o diálogo entre os diversos agentes do setor de óleo, gás natural e biocombustíveis, além de propor ações conjuntas que conciliem a expansão energética com metas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
Durante o painel “Resiliência upstream em um cenário de transformação”, o secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, destacou a relevância do petróleo brasileiro no contexto global. Representando o ministro Alexandre Silveira, Mendes afirmou que o Brasil tem um papel crucial a desempenhar no equilíbrio entre oferta e responsabilidade climática.
“O ministro sempre reforça que é fundamental atuarmos para reduzir a demanda por combustíveis fósseis. Mas penalizar a produção nacional, que opera com uma das menores taxas de emissão de carbono por barril do mundo, seria contraproducente. Reduzir nossa produção é, na prática, aumentar as emissões globais”, afirmou.
Transição energética sem abrir mão da segurança de suprimento
Com uma matriz elétrica que já é predominantemente limpa, o Brasil caminha para ampliar sua participação em energias renováveis, como solar, eólica e biomassa. No entanto, como lembrou o secretário, a transição energética precisa ser planejada e gradual, garantindo o fornecimento confiável de energia e preços competitivos para a população e a indústria.
“O petróleo continuará sendo uma fonte estratégica nas próximas décadas. A diferença está em como o produzimos, com menor impacto ambiental e investimentos em tecnologias que reduzam ainda mais as emissões da cadeia produtiva”, completou Mendes.
O debate evidencia que o Brasil não está em um dilema entre o passado fóssil e o futuro verde, mas sim construindo um caminho próprio, baseado em equilíbrio e inovação.
Participação de autoridades e temas em destaque
A abertura do evento contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do cônsul geral dos Estados Unidos no Brasil, Ryan Rowlands, além de dirigentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Durante os três dias de evento, os participantes abordaram uma agenda robusta com temas como:
- A transição para fontes renováveis de energia
- Inovação e digitalização no setor de óleo e gás
- Sustentabilidade, ESG e descarbonização da cadeia produtiva
- Regulação e segurança jurídica para novos investimentos
- Infraestrutura energética e financiamento de projetos
O Fórum Brasileiro de Líderes em Energia se consolida como uma importante plataforma de articulação entre os setores público e privado, fortalecendo a governança do setor energético e promovendo soluções integradas para os desafios da próxima década.
Papel geopolítico do Brasil e inovação no setor
Com sua posição privilegiada entre os países produtores de petróleo de baixo carbono, o Brasil vem ganhando destaque internacional. A capacidade de explorar reservas com menor impacto ambiental, combinada com uma matriz elétrica renovável, coloca o país em um lugar singular na geopolítica da energia.
Além disso, as empresas brasileiras têm investido fortemente em pesquisa, desenvolvimento e inovação, incluindo captura e armazenamento de carbono, combustíveis sustentáveis e tecnologias para otimização operacional. Esses avanços são cruciais para garantir a competitividade do setor e contribuir para as metas de descarbonização.
O evento no Rio de Janeiro reafirma que a diversificação da matriz energética, a valorização da produção nacional e o investimento em inovação caminham juntos. Trata-se de transformar desafios em oportunidades e de garantir que o Brasil continue sendo um ator central na agenda energética global.