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Brasil aposta em inovação para liderar a transição energética e descarbonizar a economia

Secretário do MCTI detalha ações e investimentos bilionários em ciência, tecnologia e biocombustíveis durante audiência pública no Rio de Janeiro

O Brasil está construindo um novo capítulo em sua política energética, apostando na inovação e na tecnologia como motores para a descarbonização da economia e a construção de uma matriz energética mais limpa e eficiente. Foi com essa mensagem que o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (SETAD/MCTI), Daniel Almeida Filho, participou da audiência pública sobre Eficiência Energética nos Biocombustíveis, realizada na última segunda-feira (7), no Rio de Janeiro.

O encontro, promovido pela Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia, reuniu parlamentares, representantes do governo federal, do setor produtivo, da academia e de instituições estratégicas, como o BNDES, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Durante sua fala, o secretário destacou a importância da integração entre ciência, inovação e política industrial para promover a transição energética e impulsionar a economia verde. “Não há como termos desenvolvimento social, econômico e ambiental sem uma indústria forte. E essa indústria precisa ser competitiva, com domínio tecnológico”, afirmou Almeida Filho.

Nova Indústria Brasil e o papel da ciência na transição energética

O secretário enfatizou a participação do MCTI na Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa que tem como foco estratégico a bioeconomia, a descarbonização e a transição energética. Dentro desse escopo, o ministério coordena políticas de fomento à pesquisa e à inovação voltadas à substituição progressiva de fontes fósseis por biocombustíveis de alta eficiência, além do desenvolvimento de tecnologias sustentáveis aplicadas à aviação e à navegação (SAF – Sustainable Aviation Fuel).

Outro ponto de destaque foi o fortalecimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cujos recursos vêm sendo redirecionados para programas estruturantes e estratégicos, com foco em setores-chave para a economia de baixo carbono.

Entre esses programas, o Mais Inovação se destaca. Trata-se de uma das dez iniciativas estratégicas apoiadas pelo FNDCT, com orçamento de R$ 2,18 bilhões. Segundo o secretário, o programa opera por meio de chamadas públicas em fluxo contínuo, o que confere previsibilidade e estabilidade às instituições de pesquisa e favorece parcerias duradouras com o setor produtivo.

“Hoje temos 11 chamadas ativas com foco em parcerias entre Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas. A ICT recebe suporte financeiro completo para desenvolver soluções específicas em colaboração com a iniciativa privada”, explicou.

Os temas das chamadas incluem desde saúde, mobilidade e semicondutores até energias renováveis, bioeconomia e tecnologias digitais, consolidando uma abordagem transversal e integrada para a inovação no país.

Eficiência energética e biocombustíveis no centro da transição

A audiência pública também abordou os desafios e oportunidades relacionados à eficiência energética na cadeia dos biocombustíveis, um dos pilares da estratégia brasileira para mitigar emissões de gases de efeito estufa e alcançar suas metas climáticas.

Segundo especialistas presentes no evento, o país tem condições de liderar globalmente a produção de biocombustíveis avançados, com destaque para o etanol de segunda geração, o biodiesel e o SAF — combustível sustentável de aviação que já começa a ganhar espaço em grandes mercados internacionais.

O deputado Bandeira de Mello (PSB/RJ), vice-presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia, reforçou a importância de o Brasil acelerar a regulamentação e a integração dessas tecnologias no sistema energético. “Temos potencial, temos conhecimento técnico, e temos biodiversidade. O que falta é transformar isso em política de Estado contínua e consistente”, destacou.

Caminho para a liderança global em energia limpa

O evento reforçou a percepção de que o Brasil, detentor de uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo, possui uma janela de oportunidade estratégica para consolidar sua posição como líder global na transição energética.

A atuação articulada entre academia, indústria, governo e setor financeiro, amparada por investimentos robustos em ciência e tecnologia, surge como o diferencial competitivo capaz de acelerar esse processo — tornando a economia brasileira mais verde, resiliente e inovadora.

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