O reajuste afetará consumidores residenciais, rurais e industriais, com impacto imediato nas contas de abril de 2025
A partir desta terça-feira, 8 de abril de 2025, os mais de 1,15 milhão de consumidores atendidos pela Energisa Mato Grosso do Sul (EMS) terão que se adaptar a novos valores nas contas de luz. A mudança se dá após a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovar o reajuste tarifário anual da concessionária, durante reunião de sua diretoria colegiada.
Segundo a decisão da agência reguladora, o reajuste médio para o consumidor final será de 1,33%, com variações específicas conforme o perfil e a classe de consumo. O objetivo da atualização tarifária, segundo a ANEEL, é garantir o equilíbrio econômico-financeiro da distribuidora, além de repassar os custos operacionais do setor.
Impacto por tipo de consumidor
Os índices de reajuste autorizados ficaram assim distribuídos:
- Consumidores residenciais (classe B1): +0,56%
- Baixa tensão (em média): +0,69%
- Alta tensão (em média): +3,09%
Esses valores serão aplicados de forma imediata nas faturas emitidas a partir do dia 8 de abril, abrangendo os contratos de fornecimento para consumidores de baixa tensão — como residências, pequenas empresas e propriedades rurais —, bem como para alta tensão, categoria que inclui grandes indústrias e estabelecimentos comerciais de maior porte.
O impacto é considerado moderado, especialmente para os consumidores residenciais, cujo índice ficou abaixo da inflação acumulada. No entanto, a alta de 3,09% para o segmento de alta tensão pode provocar efeitos em cadeia, afetando setores produtivos e custos operacionais de empresas que dependem fortemente do insumo energético.
O que motivou o reajuste tarifário?
De acordo com a nota técnica divulgada pela ANEEL, os principais fatores que contribuíram para o aumento foram o crescimento dos custos relacionados à atividade de distribuição de energia elétrica, o aumento no pagamento de encargos setoriais, que abrangem subsídios a políticas públicas e programas de universalização do acesso à energia, além da atualização de componentes financeiros e variações inflacionárias.
A revisão tarifária considera também mecanismos regulatórios que permitem às concessionárias recuperar eventuais desequilíbrios financeiros ocorridos ao longo do ano anterior.
Como funciona o reajuste da tarifa de energia elétrica?
O reajuste tarifário anual faz parte do contrato de concessão das distribuidoras de energia com o governo federal. A cada 12 meses, a ANEEL reavalia os custos operacionais e repassa à tarifa as variações de encargos, custos de compra e transporte de energia, tributos e investimentos. O processo é técnico e regulado, com base em metodologias previamente estabelecidas.
No caso da Energisa MS, o contrato de concessão prevê reajustes anuais e revisões tarifárias periódicas mais profundas, em ciclos de quatro anos, quando a estrutura tarifária da empresa é reavaliada por completo.
Cenário do setor e alternativas
O aumento nas tarifas de energia elétrica reforça a importância de políticas públicas voltadas à eficiência energética e ao incentivo à geração distribuída, como a solar fotovoltaica, que tem se expandido rapidamente no Mato Grosso do Sul.
Além disso, o cenário estimula o debate sobre a necessidade de tornar o setor elétrico brasileiro mais transparente, acessível e competitivo, com menor dependência de subsídios cruzados e maior participação de fontes renováveis.
A Energisa MS afirmou, em nota, que o reajuste autorizado garante a continuidade dos investimentos em modernização da rede, melhoria na qualidade do serviço e expansão do atendimento em áreas rurais e urbanas.