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Crescimento da Carga de Energia em Abril, Mas Afluências Hídricas Abaixo da Média

Boletim do ONS aponta estabilidade nas projeções de demanda e alerta para níveis reduzidos de afluência, ainda que os reservatórios mantenham indicadores positivos em boa parte do país

O mais recente boletim do Programa Mensal da Operação (PMO), publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), indica um cenário de estabilidade nas projeções de crescimento da carga elétrica no Brasil para a semana operativa entre os dias 5 e 11 de abril. O documento aponta que o Sistema Interligado Nacional (SIN) e todos os seus subsistemas seguem com expectativa de crescimento na demanda, embora as afluências — volume de água que chega aos reservatórios — permaneçam abaixo da média histórica.

De acordo com os dados atualizados, a carga total do SIN deverá atingir 83.027 megawatts médios (MWmed), representando uma elevação de 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A região Norte segue como o destaque entre os subsistemas, com projeção de crescimento de 6,1% (7.926 MWmed), evidenciando o dinamismo energético da região. No Nordeste, o avanço estimado é de 2,5% (13.628 MWmed); no Sul, 1,2% (14.097 MWmed); e no Sudeste/Centro-Oeste, 0,9% (47.376 MWmed).

Temperaturas Mais Amenas e Afluências Abaixo da Média

Segundo Marcio Rea, diretor-geral do ONS, o cenário se mantém sob controle, mesmo com a redução no ritmo de crescimento em função da expectativa de temperaturas mais amenas para o mês. “O comportamento da carga tem sido de crescimento. A perspectiva de temperaturas mais amenas e dentro da média em abril reduz a tendência para aumento na carga. De todo modo, o SIN está atendendo plenamente à demanda”, destacou.

Contudo, o relatório chama atenção para a manutenção das afluências abaixo da Média de Longo Termo (MLT) em todas as regiões do país. A região Norte, mesmo sendo a mais bem posicionada, deve registrar afluência equivalente a 81% da MLT. Já o Sudeste/Centro-Oeste projeta 69%, o Sul 59% e o Nordeste apenas 26% — este último sendo o mais afetado pela escassez hídrica no período.

Reservatórios com Níveis Positivos e CMO

Apesar disso, os níveis dos principais reservatórios continuam apresentando indicadores positivos, o que reforça a segurança operativa do sistema para o curto prazo. A Energia Armazenada prevista para o final de abril mantém-se estável em relação à última semana: Norte com 96,9%, Nordeste com 75,1%, Sudeste/Centro-Oeste com 68,5% e Sul com 36,8%. Esses índices mostram que, mesmo com menos água entrando no sistema, o país ainda conta com reservas suficientes para atender à demanda atual de forma segura.

O Custo Marginal de Operação (CMO), um dos principais balizadores econômicos do setor elétrico, segue zerado nas regiões Norte e Nordeste — o que indica abundância de recursos nessas áreas e ausência de necessidade de despacho térmico mais oneroso. Já no Sudeste/Centro-Oeste, o valor projetado do CMO é de R$ 272,05/MWh e, no Sul, de R$ 279,97/MWh. Os números refletem a diferença regional na disponibilidade hídrica e na pressão da demanda.

Importância do Monitoramento e Relevância da Diversificação

O boletim do ONS reforça a importância de um acompanhamento contínuo dos indicadores de carga, afluência e armazenamento, especialmente neste período de transição climática. A gestão eficaz desses parâmetros é essencial para garantir a continuidade no fornecimento, otimizar a operação do sistema e minimizar impactos econômicos para consumidores e agentes do setor.

Além disso, o cenário atual evidencia a relevância de investimentos em diversificação da matriz elétrica e tecnologias de armazenamento, como formas de mitigar os efeitos da variabilidade hídrica e de garantir maior resiliência ao sistema. Embora o panorama seja de estabilidade, a prudência deve prevalecer, especialmente nas regiões com reservatórios mais vulneráveis.

O Brasil entra no mês de abril com um sistema elétrico equilibrado, mas com sinais de atenção — especialmente quanto à continuidade das afluências reduzidas. O acompanhamento técnico e a operação integrada do SIN seguem como pilares da segurança energética nacional.

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