Licitação marcada para abril permitirá à estatal reduzir custos e emissões de carbono com energia renovável
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), maior empresa pública de tecnologia da informação do Brasil, deu mais um passo em sua estratégia de eficiência energética e sustentabilidade. A estatal anunciou a abertura do Pregão Eletrônico Nº 90257/2025, voltado à contratação de uma empresa comercializadora varejista de energia elétrica para fornecer e gerenciar seu consumo no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
A licitação está marcada para 8 de abril de 2025, a partir das 9h, por meio do Portal de Compras do Governo Federal. Com essa medida, o Serpro pretende reduzir custos operacionais, garantir previsibilidade no fornecimento de eletricidade e diminuir sua pegada de carbono, utilizando exclusivamente energia de fontes renováveis e certificadas.
“Ao migrar para o Mercado Livre de Energia, fortalecemos nosso compromisso com a eficiência e a sustentabilidade, consolidando o Serpro como referência em tecnologia e responsabilidade socioambiental”, afirmou Alexandre Amorim, presidente da estatal.
Vantagens da migração para o Mercado Livre de Energia
O setor elétrico brasileiro é dividido entre o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No ACR, consumidores compram eletricidade de distribuidoras sem flexibilidade na negociação de preços ou fornecedores. Já no ACL, grandes consumidores, como indústrias e empresas, têm a liberdade de negociar condições contratuais diretamente com geradores e comercializadores, o que pode resultar em redução de custos e maior previsibilidade financeira.
Desde 2017, o Serpro vem avaliando a viabilidade da migração para o ACL. Estudos técnicos indicaram benefícios tanto financeiros quanto ambientais. Algumas unidades da estatal já haviam realizado a transição parcial para esse modelo nos últimos anos, mas oscilações no consumo e volatilidade nos preços do mercado de energia exigiram ajustes estratégicos antes da implementação definitiva.
Com o novo estudo, e após a retirada do Serpro do Programa Nacional de Desestatização (PND), a estatal agora se vê em condições favoráveis para completar sua migração ao mercado livre. Além do impacto econômico positivo, a mudança permitirá que o Serpro controle a origem da energia consumida, garantindo que 100% da eletricidade utilizada seja proveniente de fontes renováveis, como eólica e solar.
Sustentabilidade no centro da estratégia
A transição para o ACL não é apenas uma questão econômica, mas também uma ação estratégica para reduzir a pegada de carbono da estatal. Atualmente, cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Serpro vêm do consumo de energia elétrica. No modelo regulado, a estatal não tem controle sobre a matriz energética utilizada pelas distribuidoras, o que pode incluir fontes fósseis, como usinas termelétricas a carvão e gás natural.
Com a migração para o mercado livre, o Serpro poderá firmar contratos com fornecedores que garantam energia 100% limpa e certificada, reforçando seu alinhamento com práticas ambientais e diretrizes de ESG (Environmental, Social and Governance). Essa decisão está diretamente ligada às metas globais de redução das emissões de carbono e transição energética, promovidas por acordos internacionais como o Acordo de Paris.
Além disso, a iniciativa contribui para que a empresa atinja sua meta de margem líquida de 15,5%, otimizando recursos e melhorando a eficiência operacional.
Como participar do pregão eletrônico
Empresas interessadas em fornecer energia para o Serpro devem acessar o Portal de Compras do Governo Federal e consultar o edital do Pregão Eletrônico Nº 90257/2025. O documento detalha os requisitos técnicos e operacionais para participação no certame, incluindo as exigências ambientais e regulatórias que os fornecedores deverão cumprir.
A contratação representa uma oportunidade para comercializadoras do setor elétrico expandirem sua atuação e estabelecerem parcerias estratégicas com uma das mais importantes empresas públicas de tecnologia do Brasil.