Pesquisa da Allianz Commercial revela que catástrofes naturais agora são a segunda maior preocupação das empresas na região
A crescente frequência e intensidade dos desastres naturais têm levado os executivos da América Latina e Central a repensar suas estratégias de gestão de riscos. O Risk Barometer 2025, estudo anual realizado pela Allianz Commercial, revelou que 34% dos líderes empresariais da região consideram eventos climáticos extremos como um dos principais riscos para seus negócios, ficando atrás apenas das ameaças cibernéticas, que receberam 38% das menções.
O levantamento destaca uma tendência clara: a percepção de risco associada às mudanças climáticas está em ascensão, impulsionada por eventos recentes como enchentes, furacões, incêndios florestais e secas que têm assolado diferentes países da América Latina. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o impacto conjunto do El Niño/La Niña e do aquecimento global levou a um número recorde de catástrofes naturais na região, sendo que 77% desses eventos estão diretamente ligados a tempestades e enchentes.
Além das perdas humanas e ambientais, a destruição causada por fenômenos climáticos extremos tem um efeito profundo na economia regional, interrompendo cadeias de fornecimento, impactando a produtividade e elevando os custos operacionais das empresas.
Crescimento do Risco Climático no Radar Corporativo
O relatório da Allianz Commercial mostra que a preocupação com desastres naturais tem ganhado força em diversos países da América Latina. No Brasil, por exemplo, as inundações devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 acenderam um alerta entre os empresários, reforçando a necessidade de medidas preventivas e de adaptação para minimizar os impactos financeiros e operacionais de eventos similares no futuro.
Na Argentina, desastres naturais passaram a figurar, pela primeira vez, entre os principais riscos identificados pelos executivos, refletindo um aumento na percepção dos impactos das mudanças climáticas no país. Já na Colômbia, houve uma leve queda na preocupação com o tema, mas os desafios climáticos enfrentados no início de 2025 podem reverter essa tendência.
No México, que historicamente tem os desastres naturais como um dos principais riscos para as empresas, o cenário mudou. Questões geopolíticas e a interrupção das operações empresariais ganharam mais destaque no ranking de preocupações corporativas, superando o risco climático.
Para David Colmenares, Managing Director da Allianz Commercial Latin America, os resultados do estudo refletem a crescente vulnerabilidade da região aos efeitos das mudanças climáticas, exigindo que empresas e governos adotem estratégias mais robustas de resiliência e adaptação.
“Podemos notar uma tendência em todos os países das Américas Latina e Central, com uma preocupação crescente diante do cenário de mudanças climáticas globais. Isso reflete não apenas o risco de desastres naturais para os negócios, mas também outras ameaças consequentes, como a interrupção de operações e cadeias de fornecimento”, afirma Colmenares.
Mudanças Climáticas e a Nova Realidade dos Negócios
A aceleração das mudanças climáticas exige que as empresas repensem seus modelos de gestão de riscos e adotem estratégias mais eficazes para enfrentar eventos extremos. Planos de contingência, investimento em infraestrutura resiliente e a diversificação de fornecedores estão entre as principais ações que podem ajudar a mitigar os impactos econômicos causados por desastres naturais.
Além disso, o avanço das políticas de sustentabilidade e governança corporativa (ESG) tem levado as empresas a priorizarem ações voltadas à redução de emissões de carbono e ao uso responsável dos recursos naturais, buscando minimizar sua contribuição para o agravamento das mudanças climáticas.
Os dados do Risk Barometer 2025 deixam claro que a preocupação com eventos climáticos extremos não é mais uma questão restrita a ambientalistas ou cientistas, mas sim um fator central para a tomada de decisão no mundo corporativo.