Iniciativa pioneira pode capturar até 1 tonelada de CO₂ e produzir 20 litros de combustível renovável por dia, impulsionando a transição para uma economia de baixo carbono.
A busca por soluções inovadoras para a redução das emissões de carbono e a produção de energia sustentável avança no Brasil com um novo projeto da Repsol Sinopec Brasil. A empresa lançou a planta piloto do CO₂CHEM, uma iniciativa pioneira no país para o desenvolvimento de combustíveis renováveis a partir do dióxido de carbono (CO₂). O projeto, que recebeu um investimento de R$ 20 milhões, faz parte da estratégia de Pesquisa & Desenvolvimento em Gestão de Carbono da companhia e tem potencial para transformar o setor energético nacional.
Com a capacidade de consumir até 1 tonelada de CO₂ e produzir 20 litros de combustível renovável por dia, o CO₂CHEM se destaca como um passo significativo na transição energética, alinhado ao compromisso da Repsol de atingir emissões líquidas zero até 2050.
Como Funciona o CO₂CHEM?
O projeto utiliza CO₂ e água como matérias-primas para a produção de combustível renovável. A captura do CO₂ pode ser feita a partir de qualquer fonte, e a água passa pelo processo de eletrólise, gerando hidrogênio verde, essencial para a conversão do CO₂ em combustíveis.
Além de reduzir emissões, a iniciativa promove um ciclo fechado de carbono, no qual o gás capturado é reaproveitado no próprio processo produtivo. Outro diferencial da tecnologia é a utilização de energia renovável para alimentar o maquinário, tornando toda a cadeia sustentável.
“Nosso objetivo com o CO₂CHEM foi desenvolver alternativas tecnológicas para a produção de combustíveis renováveis utilizando CO₂ como matéria-prima. A planta piloto em Campinas, apesar de pequena em relação a outras unidades industriais, permitirá testar diferentes caminhos para otimizar essa tecnologia, além de explorar conexões com outros projetos de inovação”, explica Cassiane Nunes, gerente de pesquisa da Repsol Sinopec Brasil.
Captura de Carbono e Expansão da Tecnologia
Um dos pilares do projeto é a integração com outras soluções de captura de carbono, como o DAC 300TA, equipamento desenvolvido pela RSB com capacidade de capturar até 300 toneladas de CO₂ por ano diretamente da atmosfera.
Essa abordagem faz parte da estratégia da Repsol Sinopec de direcionar mais de 50% do seu investimento em P&D para tecnologias que impulsionem a descarbonização.
“O CO₂CHEM reafirma a posição de liderança do Brasil na busca por soluções inovadoras para fortalecer a transição para uma economia de baixo carbono. Esse projeto é um passo importante dentro da nossa estratégia global e está alinhado à ambição do Grupo Repsol de alcançar emissões líquidas zero até 2050. Estamos comprometidos em impulsionar a transformação do setor de energia em prol de um futuro verdadeiramente sustentável”, afirma Alejandro Ponce, CEO da Repsol Sinopec Brasil.
Parcerias Estratégicas e Próximos Passos
O projeto CO₂CHEM foi desenvolvido com o apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e financiamento da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). Além disso, conta com a parceria de instituições renomadas, como:
- Hytron (Grupo Neuman & Esser) – responsável pela coordenação do desenvolvimento tecnológico e testes da planta piloto.
- Instituto SENAI de Inovação em Biossintética e Fibras do SENAI CETIQT – que trabalha no desenvolvimento de modelos econômicos e experimentos laboratoriais.
- Universidade de São Paulo (USP) – por meio do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), fornecendo suporte laboratorial para testes.
Os próximos passos incluem testes para validar a eficiência do combustível em motores, além de estudos de viabilidade econômica e escalabilidade da tecnologia.
Um Marco para o Brasil na Jornada da Transição Energética
O CO₂CHEM não é apenas um projeto inovador, mas também representa um marco para a indústria energética no Brasil. Ao transformar o CO₂ em um recurso útil para a produção de energia, a iniciativa abre caminho para uma nova era de sustentabilidade e inovação no setor.
Se bem-sucedida, a tecnologia poderá ser expandida para aplicações em larga escala, beneficiando diversos segmentos industriais e reforçando o papel do Brasil como líder global na transição para um futuro de baixas emissões de carbono.