Domingo, Maio 18, 2025
21.7 C
Rio de Janeiro

Brasil autoriza nova empresa a importar energia da Venezuela para abastecer sistemas isolados

Decisão busca reduzir custos da conta de combustíveis e reforçar o suprimento energético de Roraima

A Bid Comercializadora de Energia recebeu autorização da Secretaria de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) para importar energia elétrica interruptível da Venezuela. A decisão, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24 de março), permite que a empresa se junte a outras comercializadoras já autorizadas, como Matrix, Âmbar, Bolt Energy, Eneva e Tradener, na operação de suprimento de energia para sistemas isolados no Brasil.

Essa medida tem como objetivo principal reduzir os custos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que financia o abastecimento de regiões sem conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A importação de energia venezuelana pode se tornar uma alternativa mais econômica quando comparada ao Custo Variável Unitário (CVU) das usinas termelétricas atualmente em operação em Roraima.

A energia importada será transmitida pela linha de transmissão de 230 kV Boa Vista – Santa Elena de Uairén, estrutura responsável pela interligação entre o ponto de medição e a subestação de Boa Vista, onde ocorre a entrega da eletricidade ao sistema brasileiro. Para efetivar a operação, a Bid Comercializadora ainda precisa obter uma autorização específica ou assinar um contrato para acessar essa interligação internacional, atualmente sob concessão da Eletronorte.

Importação de energia: uma solução estratégica para os sistemas isolados

A dependência de Roraima em relação a fontes térmicas de geração de energia sempre foi um fator de preocupação para o setor elétrico brasileiro. Desde 2019, quando a Venezuela interrompeu o fornecimento de eletricidade ao estado, o abastecimento passou a ser feito exclusivamente por usinas termelétricas movidas a óleo diesel e gás natural, resultando em custos elevados e maior impacto ambiental.

O governo tem buscado alternativas para mitigar essa situação, e a importação de energia da Venezuela aparece como uma solução emergencial de curto prazo. Com a autorização concedida à Bid Comercializadora, amplia-se o número de agentes que podem oferecer essa energia a preços mais competitivos, beneficiando diretamente o orçamento da Conta de Consumo de Combustíveis, que subsidia a geração térmica em regiões isoladas.

Entretanto, essa estratégia depende de fatores externos, como a estabilidade política e econômica da Venezuela, além da confiabilidade da infraestrutura de transmissão existente. Nos últimos anos, o país vizinho enfrentou diversas crises que impactaram sua capacidade de exportar energia de forma contínua e previsível.

Perspectivas para o abastecimento energético de Roraima

A longo prazo, a solução definitiva para a segurança energética de Roraima está na interligação ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que está sendo viabilizada pelo Linão de Tucuruí, um projeto que conectará o estado à rede nacional de transmissão de energia. Essa interligação permitirá o acesso a fontes mais diversificadas e sustentáveis, reduzindo a dependência da importação venezuelana e das termelétricas.

Enquanto essa infraestrutura não é concluída, o governo segue buscando alternativas temporárias para manter o abastecimento e minimizar os impactos econômicos para os consumidores. A entrada da Bid Comercializadora no grupo de empresas autorizadas a importar energia da Venezuela representa mais um passo nessa direção, aumentando a concorrência e possibilitando negociações mais vantajosas para o setor elétrico brasileiro.

A expectativa agora gira em torno dos próximos desdobramentos burocráticos e contratuais, que definirão se a empresa conseguirá operar de forma efetiva no suprimento energético de Roraima e demais sistemas isolados do país.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Investimentos em Gás Natural no Brasil Travam Sem Garantias Regulatórias, Fiscais e Jurídicas

Lideranças do setor energético alertam, durante o Seminário de...

Últimas Notícias

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em...

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até...

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Carros elétricos superam 25% do mercado global em 2025 e aceleram...

Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta crescimento...

Mauricio Lyrio assume Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente do...

Diplomata com sólida atuação internacional substituirá André Corrêa do...

Artigos Relacionados

Categorias Populares