VoltBras aposta em tecnologia para resolver um dos maiores entraves da recarga de veículos elétricos
A mobilidade elétrica avança no Brasil e na América Latina, mas enfrenta um grande obstáculo: a falta de interoperabilidade entre redes de recarga. Atualmente, motoristas de veículos elétricos precisam lidar com a fragmentação do mercado, utilizando múltiplos aplicativos para acessar diferentes eletropostos. Há casos de usuários que possuem mais de 20 plataformas instaladas apenas para garantir a recarga de seus veículos, o que compromete a experiência e desestimula a adoção da tecnologia.
Esse cenário decorre, principalmente, do modelo comercial adotado pelas operadoras de eletropostos (CPOs), que nem sempre estabelecem acordos para integrar seus carregadores a plataformas de terceiros. Como resultado, a experiência do usuário se torna burocrática e imprevisível, dificultando o planejamento de viagens e impactando o custo final da recarga.
Diante desse desafio, a VoltBras tem investido em tecnologia e em soluções de mercado para viabilizar a integração entre as redes de recarga no Brasil. Atuando como provedora de tecnologia, a empresa aposta na implementação do protocolo OCPI (Open Charge Point Interface), que permite a conexão entre diferentes plataformas, além de soluções para gestão de pagamentos e transparência nas transações.
Interoperabilidade: o que falta para a mobilidade elétrica deslanchar?
Para que a mobilidade elétrica se torne verdadeiramente viável, é fundamental garantir que motoristas tenham acesso facilitado a eletropostos, independentemente da operadora. Em mercados mais maduros, como Europa e Estados Unidos, a interoperabilidade já é uma realidade consolidada, permitindo que qualquer motorista recarregue seu veículo sem restrições de plataforma.
No Brasil e na América Latina, porém, o setor ainda está em fase de estruturação, com modelos de negócio em constante adaptação. Muitas empresas hesitam em firmar parcerias devido à falta de previsibilidade financeira e ao receio de perder vantagem competitiva. Esse entrave dificulta a adoção em larga escala dos veículos elétricos, tornando a recarga um processo complexo e fragmentado.
Bernardo Durieux, CEO da VoltBras, compara a situação atual a um cenário em que um usuário precisasse de um aplicativo diferente para chamar um carro de aplicativo em cada bairro que visitasse. “A falta de interoperabilidade faz com que a recarga de veículos elétricos se torne um processo burocrático e ineficiente. Sem integração, o usuário perde tempo procurando um eletroposto disponível e acessível dentro da plataforma que utiliza, comprometendo a previsibilidade de suas viagens”, afirma.
A tecnologia como aliada da mobilidade elétrica
A VoltBras tem desempenhado um papel fundamental na busca por soluções para esse problema. Além da integração tecnológica via OCPI, a empresa atua como facilitadora de negócios, promovendo diálogos entre CPOs e provedores de serviços de mobilidade elétrica (eMSPs). O objetivo é incentivar acordos comerciais que garantam o crescimento sustentável do setor.
A empresa também conta com apoio de investidores europeus, como Iberdrola e EDP Portugal, que ajudam a acelerar a adoção de boas práticas internacionais. Para impulsionar essa transformação, a VoltBras investe na produção de conteúdos educativos, contribuindo para que o mercado amadureça e adote modelos de integração mais eficazes.
No aspecto regulatório, a VoltBras defende que a interoperabilidade deve ser conduzida pelo livre mercado, sem interferência excessiva do Estado. Um exemplo de regulamentação bem-sucedida foi a padronização dos conectores de recarga no Brasil, um passo importante para evitar problemas de incompatibilidade e impulsionar a infraestrutura elétrica.
O futuro da recarga elétrica: mais acessibilidade e conectividade
O próximo passo da VoltBras é ampliar a taxa de utilização dos eletropostos, tornando a recarga mais acessível e eficiente para os motoristas. A empresa aposta em soluções inovadoras, como aplicativos que conectam diretamente montadoras e redes de carregamento. Um exemplo disso é o My GWM, desenvolvido em parceria com a montadora chinesa GWM, que facilita a conexão dos usuários com pontos de recarga integrados.
Com o avanço da eletrificação do transporte e a pressão por soluções sustentáveis, a interoperabilidade entre redes de recarga não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade urgente. O setor elétrico e as empresas de mobilidade precisam acelerar essa integração para garantir que o Brasil acompanhe as tendências globais e ofereça uma experiência eficiente e acessível para os motoristas de veículos elétricos.
A recarga precisa ser simples, integrada e universal. E para isso, o caminho passa, necessariamente, pela tecnologia e pela colaboração entre empresas do setor.