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Consumo de Energia Elétrica no Brasil Cresce 4,9% em Fevereiro e Supera 77 mil MW Médios

O aumento é atribuído ao clima quente e à maior utilização de aparelhos de ar-condicionado, tanto em residências quanto no comércio e serviços

O Brasil registrou, pela primeira vez, um consumo mensal de energia elétrica superior a 77 mil megawatts (MW) médios, conforme apontado pelo boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O levantamento revelou que o consumo de eletricidade no país cresceu 4,9% em fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, impulsionado principalmente por temperaturas elevadas e pelo aumento da atividade econômica.

O cenário foi influenciado pelo intenso calor registrado em diversas regiões do Brasil, levando a um aumento expressivo no uso de ventiladores, ar-condicionado e outros aparelhos de refrigeração, tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais. No mercado regulado, onde consumidores compram energia diretamente das distribuidoras, a alta foi de 5,5%, refletindo o maior consumo por parte de pequenas empresas e residências.

Já no mercado livre, onde grandes consumidores podem escolher seus fornecedores de energia, a expansão foi de 4,0%. Esse crescimento reflete não apenas o impacto das temperaturas elevadas, mas também a entrada de novos consumidores no ambiente de livre negociação, incluindo setores produtivos que ampliaram suas operações.

Setores que mais aumentaram o consumo

A CCEE monitora 15 setores econômicos que operam no mercado livre de energia. Em fevereiro, os segmentos que mais expandiram o consumo foram:

  • Serviços (+8,6%) – O aumento foi impulsionado pelo maior uso de climatização em escritórios, hotéis e estabelecimentos comerciais.
  • Saneamento (+8,1%) – A alta reflete a migração de diversas empresas do setor para o mercado livre de energia, motivada pelo novo marco legal do Saneamento Básico, que busca maior eficiência na gestão de recursos.
  • Minerais não-metálicos (+7,8%) – O crescimento se deve à expansão da atividade industrial, que aumentou a demanda energética para a produção de cimento, vidro e cerâmica.

Em contrapartida, alguns segmentos registraram queda no consumo de energia:

  • Telecomunicações (-7,0%) – O setor tem adotado tecnologias mais eficientes, reduzindo a necessidade de eletricidade.
  • Transporte (-3,1%) – A desaceleração econômica de algumas áreas do setor logístico pode ter impactado a demanda.
  • Químicos (-1,4%) – A retração pode estar associada à menor produção de insumos petroquímicos e fertilizantes.

Consumo de energia por região

O aumento no consumo de energia não ocorreu de forma uniforme em todo o país. As regiões Sul e Sudeste apresentaram elevações significativas, com destaque para o Espírito Santo, que registrou um crescimento de 15,1%, devido às temperaturas acima da média histórica. No Rio de Janeiro, a demanda elevada por sistemas de refrigeração levou a um aumento de 13,4% no consumo de eletricidade.

Já regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste registraram redução no consumo de energia, devido ao aumento das chuvas, que amenizaram as temperaturas e diminuíram a necessidade de climatização. Os estados que apresentaram as maiores quedas foram o Amapá, com uma redução de 10,5%, devido às condições climáticas mais amenas, e Rondônia, que teve uma diminuição de 6,1%, impactada pelo maior volume de chuvas, especialmente no setor agrícola.

Geração de energia: renováveis dominam matriz elétrica

A geração de energia no Brasil alcançou um novo recorde em fevereiro, totalizando 77.204 MW médios, com 93,7% desse volume proveniente de fontes renováveis. Esse dado reafirma a posição do país como referência global em energia limpa e sustentável. As hidrelétricas continuam sendo a principal fonte de eletricidade, respondendo por uma grande parte da geração, enquanto as fontes eólica e solar desempenharam um papel significativo, produzindo juntas quase 15 mil MW médios, o que reforça sua importância na diversificação da matriz elétrica nacional.

Além disso, a biomassa também teve um papel crucial, contribuindo de forma relevante para a estabilidade do sistema elétrico. Essa fonte renovável aproveita resíduos agroindustriais para gerar energia, complementando as demais fontes e garantindo maior segurança e sustentabilidade ao fornecimento energético do Brasil. Com isso, o país avança cada vez mais em sua jornada rumo a um sistema energético mais eficiente e ambientalmente responsável

Impactos e desafios para o setor elétrico

O crescimento no consumo de energia elétrica reflete o dinamismo da economia brasileira e os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Com temperaturas cada vez mais elevadas e oscilações na demanda, o setor elétrico precisa continuar investindo em modernização da infraestrutura, diversificação da matriz energética e ampliação da geração renovável.

O avanço do mercado livre de energia também indica que cada vez mais empresas buscam alternativas para reduzir custos e garantir contratos mais vantajosos. A tendência é que esse modelo continue crescendo nos próximos anos, estimulando maior concorrência e eficiência no setor.

Com a previsão de novos recordes de consumo nos meses mais quentes do ano, especialistas alertam para a necessidade de gestão eficiente dos recursos hídricos e reforço nos investimentos em armazenamento de energia, garantindo a segurança do fornecimento para consumidores residenciais e industriais.

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