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Brasil propõe nova visão para o setor energético global no BRICS: sustentabilidade e transição justa

Relatórios e workshops definem as principais metas para enfrentar os desafios energéticos do futuro

O Brasil está à frente de um novo ciclo de cooperação internacional no setor de energia. Sob sua presidência, o BRICS – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros cinco países – avança em direções estratégicas para garantir uma transição energética segura, sustentável e inclusiva. Na última sexta-feira (21/03), o Ministério de Minas e Energia (MME) finalizou a segunda reunião de energia do BRICS, realizada na sede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), em Brasília.

O encontro resultou na formulação de dois relatórios estratégicos e na definição dos principais eixos de cooperação para os próximos cinco anos. Além disso, três workshops foram aprovados para aprofundar questões fundamentais da transição energética, como financiamento de projetos, resiliência dos sistemas elétricos e descarbonização do setor de petróleo e gás.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou a importância do BRICS no cenário global e destacou o papel do Brasil na coordenação dessas iniciativas. “Nosso compromisso é encontrar um equilíbrio entre segurança energética, desenvolvimento sustentável e transição para uma economia de baixo carbono. O BRICS responde por quase 50% da produção e consumo global de energia, e isso reforça nossa responsabilidade na condução de estratégias que beneficiem o Sul Global”, declarou.

Cooperação para uma transição energética justa

O Brasil tem direcionado sua liderança no BRICS para fortalecer a colaboração internacional na área energética, promovendo iniciativas que estimulem investimentos sustentáveis e inclusão social. Os dois relatórios propostos pelo país refletem essa abordagem e devem ser apresentados na Reunião Ministerial de Energia do BRICS, prevista para maio.

O primeiro relatório foca nos combustíveis sustentáveis, buscando traçar um panorama das tecnologias disponíveis e das políticas adotadas pelos países-membros. O objetivo é incentivar o intercâmbio de conhecimento e impulsionar soluções viáveis para a descarbonização da matriz energética.

O segundo relatório trata do acesso a serviços energéticos, um dos principais desafios enfrentados por países do Sul Global. O documento analisará formas de ampliar o fornecimento de energia limpa e acessível, considerando as realidades socioeconômicas de cada nação do bloco.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que atua em parceria com o MME na condução das ações do Brasil no BRICS, esses estudos representam passos concretos para fortalecer a integração energética e alinhar os países-membros a um futuro sustentável.

Workshops temáticos: aprofundando os desafios da transição

Além dos relatórios, a presidência brasileira propôs e teve aprovada a realização de três workshops, que ocorrerão entre abril e maio. As discussões serão conduzidas virtualmente e reunirão especialistas indicados pelos países do BRICS.

  • Financiamento da transição energética – O primeiro workshop analisará estratégias de investimento e pesquisa mineral para garantir que a transição energética ocorra de maneira estruturada e segura.
  • Resiliência dos sistemas elétricos – O segundo encontro discutirá como as mudanças climáticas impactam a infraestrutura elétrica e quais soluções podem ser adotadas para fortalecer a rede energética dos países-membros.
  • Descarbonização do setor de óleo e gás – O último workshop terá como foco reduzir as emissões no segmento de upstream, fundamental para mitigar os impactos ambientais da indústria de combustíveis fósseis.

A expectativa é que esses encontros resultem em recomendações práticas e contribuam para o desenvolvimento de políticas públicas e diretrizes que impulsionem a modernização da matriz energética do BRICS.

Brasil assume protagonismo na agenda energética global

Com uma matriz energética reconhecida mundialmente pelo alto percentual de fontes renováveis, o Brasil tem se consolidado como referência em estratégias de transição energética. A liderança do país no BRICS reflete esse posicionamento e abre novas oportunidades para parcerias internacionais e investimentos no setor.

A atualização da estrutura de cooperação energética do bloco nos próximos cinco anos será essencial para garantir que as iniciativas propostas avancem de forma eficaz. O Brasil, ao destacar temas como justiça social na transição energética e descarbonização, reforça seu papel como um agente estratégico na construção de um modelo energético global mais sustentável e acessível.

Os próximos meses serão decisivos para a concretização dessas ações, com a expectativa de que a Reunião Ministerial de Energia do BRICS oficialize as propostas discutidas até o momento. A jornada rumo a uma economia de baixo carbono e um setor elétrico mais resiliente está em pleno andamento, e o Brasil ocupa um papel central nesse processo.

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