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G20+ e a Chave para o Futuro Energético: Países Precisam Dobrar Investimentos para Triplicar Renováveis Até 2030

Novo relatório da IRENA alerta que o avanço global da energia limpa depende das maiores economias do mundo, que devem dobrar sua capacidade renovável anualmente para manter a meta climática de 1,5°C

A corrida para um futuro sustentável ganhou um novo senso de urgência. Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), as economias do G20+ – grupo que reúne as nações do G20 e 15 países adicionais da Ásia e América Central – precisam dobrar sua capacidade instalada de energia renovável anualmente até 2030 para alcançar a meta global de triplicação da capacidade renovável estabelecida na COP28. O desafio, que envolve a expansão da geração limpa de 3,4 terawatts (TW) para 9,4 TW apenas no G20, é um dos principais obstáculos para conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.

O relatório, apresentado no Berlin Energy Transition Dialogue (BETD), destaca que o progresso global ainda é desigual e insuficiente para garantir que o compromisso climático seja cumprido. Atualmente, as nações do G20 respondem por 80% do consumo mundial de energia e são responsáveis por mais de 80% das emissões de CO₂ relacionadas à energia.

Renováveis em Crescimento, Mas Abaixo do Necessário

Apesar de um crescimento expressivo das fontes renováveis nos últimos anos, os dados da IRENA indicam que ainda há um longo caminho a percorrer. Apenas em 2023, as energias renováveis representaram quase 90% da nova capacidade de geração elétrica global, um marco histórico para o setor. No entanto, essa evolução precisa ser significativamente acelerada para atingir os níveis necessários até o final da década.

O diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera, reforça a urgência da questão. “As maiores economias do mundo detêm a chave para triplicar as energias renováveis até 2030. O progresso deve ser equilibrado entre vários países e regiões. A meta de 1,5°C exige mais ambição e mais ação do G20+.”

A Necessidade de Financiamento e Compromissos Concretos

A transição energética requer recursos financeiros massivos. Em 2023, o investimento global na geração de energia renovável atingiu US$ 547 bilhões apenas entre os países do G20. No entanto, para triplicar a capacidade renovável até 2030, os investimentos precisarão dobrar para mais de US$ 1,08 trilhão ao ano entre 2024 e 2030.

Esse nível de financiamento só será possível com a cooperação entre governos, setor privado e instituições multilaterais, além de políticas que incentivem o fluxo de capitais para projetos sustentáveis. A IRENA alerta que a falta de clareza nos compromissos políticos e regulatórios ainda é um obstáculo para que os investimentos cheguem na escala necessária.

La Camera destaca que muitos países ainda não definiram metas claras. “Apenas cinco dos 13 países que enviaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até agora estabeleceram metas de capacidade renovável para 2030. Precisamos de roteiros detalhados e planos de investimento concretos para atrair financiamento e acelerar a transição.”

Os Próximos Passos para 2025

Além da ampliação da geração renovável, a transição energética exige medidas complementares para garantir um sistema eficiente e sustentável. Entre as recomendações da IRENA para os próximos anos, destacam-se:

  • Eletrificação de setores-chave como mobilidade, aquecimento e resfriamento, com expansão das redes elétricas e digitalização.
  • Maior uso direto de renováveis, como biocombustíveis sustentáveis na aviação e transporte marítimo.
  • Dobrar a eficiência energética, reduzindo o consumo total de energia.
  • Investimentos em hidrogênio verde e novas tecnologias, que podem desempenhar um papel crucial na descarbonização de setores industriais.

Um Caminho Sem Volta

A transição para uma economia de baixo carbono já é uma realidade inevitável e os países que liderarem esse movimento estarão mais bem posicionados economicamente no futuro. O avanço das energias renováveis não se trata apenas de reduzir emissões, mas também de garantir segurança energética, competitividade industrial e inovação tecnológica.

O tempo, no entanto, está contra nós. Com a urgência climática cada vez mais evidente, os países do G20+ têm a responsabilidade de liderar essa mudança e transformar os compromissos da COP28 em ações concretas. O ano de 2025 marcará um ponto de inflexão – e as decisões tomadas agora definirão o futuro energético global.

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