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Brasil na vanguarda climática: setor privado propõe medidas para acelerar a descarbonização

Empresários entregam documento estratégico ao governo para transformar metas ambientais em oportunidades de investimento sustentável

A corrida para um futuro de baixo carbono ganhou um novo capítulo com a iniciativa do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e da We Mean Business Coalition (WMBC). As organizações entregaram, em reunião com Ana Toni, Diretora Executiva da COP30 e Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, um documento estratégico contendo recomendações para que o setor privado desempenhe um papel decisivo na implementação da nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira.

A proposta chega em um momento crucial, pois, na COP29, realizada no Azerbaijão, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, tomando como base os níveis de 2005. Para transformar essa meta em realidade, é essencial estabelecer um ambiente regulatório favorável, incentivar a inovação empresarial e criar mecanismos financeiros eficientes para viabilizar a transição energética.

O setor privado como motor da descarbonização

O documento elaborado pelo CEBDS e WMBC enfatiza a necessidade de harmonizar políticas públicas e incentivar a transição para uma economia sustentável. Entre as medidas sugeridas, destacam-se:

  • Harmonização de políticas setoriais para facilitar investimentos privados na descarbonização;
  • Incentivos às empresas que adotam práticas sustentáveis, ampliando sua competitividade global;
  • Fortalecimento do diálogo entre governo e setor privado, assegurando previsibilidade regulatória e segurança para investimentos de longo prazo.

A presidente do CEBDS, Marina Grossi, destacou que, como anfitrião da COP30, o Brasil tem uma oportunidade única de consolidar sua liderança climática global e atrair investimentos para um modelo sustentável de desenvolvimento. Segundo ela, o envolvimento do setor empresarial será essencial para viabilizar a inovação tecnológica, expandir a energia limpa e descarbonizar a economia.

Setores estratégicos para a transição energética

O estudo também identifica os segmentos mais relevantes para alcançar as metas da NDC e acelerar a descarbonização da economia brasileira. Entre eles:

  • Mudança do Uso da Terra: Combate ao desmatamento e promoção de soluções baseadas na natureza.
  • Agropecuária: Redução das emissões do setor, responsável por cerca de 28% dos gases de efeito estufa do país, através da ampliação de práticas agrícolas regenerativas.
  • Energia e Transporte: Com 85% da matriz elétrica brasileira baseada em fontes renováveis, o Brasil tem o potencial de se tornar referência global em transição energética.
  • Indústria: Incentivo à adoção de tecnologias de baixa emissão, como captura de carbono e eletrificação de processos produtivos.

Oportunidade de liderança global

A CEO da We Mean Business Coalition, Maria Mendiluce, destacou que o Brasil pode se tornar um modelo para outras economias emergentes, provando que crescimento econômico e ações climáticas ambiciosas podem caminhar juntos. Para isso, será fundamental alinhar estruturas políticas claras, mecanismos de financiamento inovadores e um forte envolvimento do setor privado.

O momento exige mais do que compromissos e metas: é preciso transformar promessas em ações concretas. O Brasil tem recursos naturais abundantes, tecnologia e potencial de investimento para liderar essa transição.

Colaboração entre governo e setor privado: o caminho para um futuro sustentável

Desde a Climate Week NYC 2024, o CEBDS e a WMBC vêm promovendo diálogos com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, buscando fortalecer a parceria entre os setores público e privado para implementar a NDC brasileira.

Para Henrique Paiva, Secretário Executivo da Siemens, essa cooperação é essencial: “A governança climática depende da sinergia entre políticas públicas e inovação privada. Somente assim será possível alcançar um futuro de baixo carbono e promover um desenvolvimento sustentável real”.

O Brasil tem a oportunidade e os instrumentos necessários para liderar a transição energética global. Agora, o desafio é transformar essa visão em um plano concreto, garantindo que as metas da NDC se traduzam em um modelo econômico mais verde, resiliente e competitivo no cenário internacional.

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