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Conta de luz dispara 16,33% em fevereiro e pesa no bolso dos brasileiros

Aumento na energia elétrica residencial impulsiona inflação e gera impacto direto no custo de vida

O brasileiro sentiu no bolso o forte aumento da energia elétrica residencial no mês de fevereiro. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (25), a conta de luz subiu expressivos 16,33% no mês, sendo o principal fator para a alta de 1,23% na prévia da inflação. Este foi o maior avanço do índice para fevereiro desde 2016, refletindo o impacto direto da recomposição tarifária após o bônus de Itaipu, que havia reduzido os valores no mês anterior.

A Habitação, grupo que inclui os gastos com eletricidade, teve uma elevação de 4,34%, contribuindo com 0,63 ponto percentual (p.p.) para o resultado do IPCA-15. Essa alta supera todas as demais categorias pesquisadas, incluindo Educação (4,78%), Alimentação e Bebidas (0,61%) e Transportes (0,44%).

Por que a energia elétrica ficou mais cara?

O aumento expressivo da conta de luz em fevereiro tem relação direta com a recomposição tarifária após o desconto concedido em janeiro, devido ao bônus da usina hidrelétrica de Itaipu. Esse benefício temporário reduziu as tarifas em 15,46%, aliviando momentaneamente os gastos dos consumidores. No entanto, sem essa redução atípica, os preços voltaram a subir de forma acentuada.

Além disso, fatores como reajustes em tarifas estaduais e oscilações nos custos de geração e distribuição também contribuem para a alta. Com a proximidade do período seco, quando o nível dos reservatórios tende a baixar, há preocupação sobre novos aumentos nas faturas nos próximos meses.

Inflação em alta e impacto no orçamento familiar

Com a disparada na conta de luz, o IPCA-15 acumula alta de 4,96% nos últimos 12 meses, acima dos 4,50% registrados no período anterior. Esse aumento no custo da energia pressiona ainda mais o orçamento das famílias, especialmente daquelas que já enfrentam dificuldades com o custo de vida elevado.

Outros serviços essenciais também pesaram no bolso do consumidor. A taxa de água e esgoto, por exemplo, teve alta de 0,52% devido a reajustes tarifários aplicados em Belo Horizonte e Porto Alegre. Já o gás encanado variou -0,32%, refletindo reajustes diferentes em estados como Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo.

Diferenças regionais: onde a conta de luz pesou mais?

Entre as regiões pesquisadas, Recife registrou a maior variação do IPCA-15 em fevereiro, com 1,49%, impulsionada pela alta de 14,78% na energia elétrica residencial. Já Goiânia teve a menor variação (0,99%), beneficiada pela queda nos preços das passagens aéreas e do arroz.

O peso da conta de luz no orçamento varia conforme o estado, pois as tarifas são ajustadas individualmente por cada distribuidora. Além disso, fatores climáticos, como períodos de estiagem, podem influenciar a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que têm um custo de geração mais alto.

Perspectivas para os próximos meses

A tendência para os próximos meses dependerá das condições hidrológicas e das políticas tarifárias adotadas pelo governo e pelas concessionárias. Caso os reservatórios das hidrelétricas não se mantenham em níveis elevados, há risco de acionamento de usinas térmicas, o que poderia pressionar ainda mais os preços da energia.

A próxima divulgação do IPCA-15, referente a março, será feita no dia 27, quando será possível avaliar se a alta da energia elétrica continuará pressionando a inflação. Especialistas recomendam que os consumidores adotem medidas de economia de energia para minimizar o impacto dos reajustes nas contas do mês.

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