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Diretrizes Estratégicas do CNPE Impulsionam Inovação no Setor Energético

Conselho Nacional de Política Energética amplia setores estratégicos para incluir captura de carbono, eficiência energética e redução de emissões de metano

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, em reunião realizada nesta terça-feira (18/02), uma atualização na Resolução nº 2, de 10 de fevereiro de 2021, que redefine os temas prioritários de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) no setor energético. O novo texto inclui a captura, estocagem, movimentação e uso de dióxido de carbono (CCUS, na sigla em inglês para Carbon Capture, Utilization and Storage), a eficiência energética e a redução das emissões fugitivas de metano como focos de investimento para acelerar a transição energética e a sustentabilidade no Brasil.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância dessas atualizações para fortalecer a inovação e garantir que os recursos do setor energético sejam aplicados de forma estratégica. “Queremos direcionar os recursos de PDI para setores estratégicos, garantindo investimentos em novas tecnologias que impulsionem a transição energética no país. Sabemos que alcançar a neutralidade de emissões no setor de energia exige o fortalecimento de iniciativas como CCUS e eficiência energética. Além disso, vamos garantir que os recursos do petróleo sejam utilizados para financiar a pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras, acelerando a transformação do nosso setor energético com responsabilidade e visão de futuro”, afirmou Silveira.

Novos Focos Estratégicos

A adição do CCUS ao rol de prioridades do CNPE reflete uma tendência global de adoção dessa tecnologia como ferramenta essencial na luta contra as mudanças climáticas. O CCUS captura o dióxido de carbono de processos industriais e energéticos, evitando sua liberação na atmosfera, e pode reaproveitá-lo para a produção de combustíveis sintéticos ou armazenamento seguro.

De acordo com relatórios da Agência Internacional de Energia (IEA) e da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), o CCUS é uma das tecnologias mais promissoras para alcançar a neutralidade de emissões no setor energético até 2050. O Brasil, ao incorporar essa tecnologia em suas diretrizes, se alinha às melhores práticas globais de sustentabilidade e inovação.

Outro pilar fundamental das novas diretrizes é a eficiência energética. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), investimentos intensivos em eficiência energética são cruciais para que o Brasil atinja suas metas de descarbonização e redução de emissões. A medida busca promover o uso racional de energia, reduzindo custos e melhorando a competitividade das empresas nacionais.

Por fim, a inclusão da redução das emissões fugitivas de metano reforça o compromisso com a sustentabilidade. O metano, um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento global 28 vezes superior ao dióxido de carbono, é liberado durante operações de petróleo e gás, especialmente em plataformas offshore. Controlar essas emissões é um passo essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Acelerando a Transição Energética

A atualização da Resolução nº 2 amplia para dez os temas estratégicos de PDI definidos pelo CNPE. Os sete temas originais priorizavam hidrogênio, energia nuclear, biocombustíveis, armazenamento de energia, tecnologias para geração termelétrica sustentável, transformação digital e minerais estratégicos para o setor energético. Agora, o documento passa a ter uma abordagem ainda mais ampla e integrada.

O Brasil, que já ocupa posição de destaque na geração de energia renovável, busca com essas mudanças acelerar sua transição para uma matriz energética mais limpa e diversificada. Com o aumento da demanda por soluções sustentáveis, o país reforça sua agenda de inovação para alcançar a neutralidade de carbono e fortalecer sua competitividade no mercado global.

Silveira ressaltou que os recursos oriundos das atividades de petróleo e gás serão aplicados para financiar essas iniciativas estratégicas de PDI. “Estamos comprometidos com uma transição energética justa, que garanta não apenas sustentabilidade ambiental, mas também desenvolvimento econômico e geração de empregos verdes. As novas diretrizes fortalecem a posição do Brasil como líder global em inovação energética”, concluiu o ministro.

Ao incorporar essas novas prioridades, o CNPE sinaliza um compromisso claro com a sustentabilidade e a inovação tecnológica no setor energético, promovendo soluções que alinham o desenvolvimento econômico à responsabilidade ambiental.

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