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China Atinge Meta de Energia Limpa Seis Anos Antes e Reduz Subsídios para Renováveis

Com crescimento recorde na instalação de usinas solares e eólicas em 2024, o país lidera a transição energética global e aposta em políticas de mercado

A China acaba de alcançar mais um marco histórico no setor de energia renovável, antecipando em seis anos sua meta de capacidade instalada para 2030. O país quebrou seus próprios recordes em 2024, com um aumento de 45% nas novas instalações solares em comparação ao ano anterior. Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a China já soma quase 887 gigawatts (GW) de capacidade solar instalada, superando em seis vezes a capacidade dos Estados Unidos.

Esse crescimento expressivo impulsionou a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) a anunciar, no último domingo, a redução dos subsídios para novos projetos de energia renovável. A partir de junho de 2025, os pagamentos serão baseados em lances de mercado, substituindo os subsídios fixos garantidos que vinham impulsionando o setor nos últimos anos.

Liderança global na transição energética

O avanço chinês contrasta com as políticas energéticas adotadas por outros países. Durante a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris pela segunda vez e flexibilizaram regulações para a exploração de petróleo e gás. Enquanto isso, a China consolidou sua posição como líder na transição energética global, com mais de 40% da geração elétrica nacional proveniente de fontes renováveis.

O compromisso chinês com a expansão da energia limpa tem sido um fator-chave para seu protagonismo internacional. De acordo com especialistas, essa liderança não se limita apenas à instalação de usinas solares e eólicas, mas também à produção e exportação de tecnologia para energia limpa, como painéis solares e baterias de armazenamento.

“Com a antecipação da meta de 2030, a China não apenas reafirma sua liderança no mercado de energia renovável, mas também se posiciona como peça central na transição energética global”, comenta Zhao Li, analista de políticas energéticas da Universidade de Pequim.

Mudanças nas políticas de subsídios

A NDRC justificou a retirada gradual dos subsídios pela queda significativa nos custos de desenvolvimento de novas fontes de energia, principalmente solares. Segundo a agência, o setor já atingiu um ponto de maturidade que permite competir com outras formas de geração sem depender de incentivos governamentais.

Embora os consumidores residenciais e do setor agrícola não devam sentir impacto nos preços da eletricidade, a medida pode pressionar a indústria solar chinesa, especialmente pequenos fabricantes. O excesso de oferta no mercado global já fez os preços dos painéis solares despencarem, e a retirada dos subsídios pode agravar a situação.

“O fim dos subsídios fixos vai aumentar a concorrência interna, o que pode ser positivo para grandes empresas, mas desafiador para pequenos fabricantes”, afirma Chen Wei, diretor de uma consultoria especializada em energia renovável.

Próximos passos para o setor

A NDRC e a administração de energia da China prometem implementar o novo modelo de precificação em parceria com governos locais. No entanto, detalhes sobre a aplicação da nova fórmula de lances de mercado ainda não foram divulgados.

A expectativa é que o setor continue se expandindo, mas com ajustes para equilibrar oferta, demanda e sustentabilidade financeira. Analistas acreditam que o fim dos subsídios pode levar a uma maior diversificação no mercado e à busca por novas tecnologias e modelos de negócio para manter a competitividade.

A China segue firme em sua trajetória de inovação e liderança global em energia limpa, provando que, além de metas ambiciosas, o país está preparado para adaptar suas políticas à evolução do mercado e às demandas de sustentabilidade ambiental.

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