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Eletrobras e Antaq firmam parceria para eletrificação e descarbonização dos portos brasileiros

Acordo impulsiona uso de energia renovável e pode reduzir emissões do setor aquaviário

A Eletrobras e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deram um passo significativo para transformar a matriz energética dos portos e terminais aquaviários do Brasil. As instituições firmaram um Protocolo de Intenções com foco na descarbonização e eletrificação do setor, substituindo fontes poluentes por energia limpa e reduzindo os custos operacionais dessas infraestruturas essenciais para o comércio e a logística nacional.

A parceria foi anunciada durante o lançamento do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Setor Aquaviário Brasileiro, em Brasília, com a presença de representantes do governo e do setor elétrico. O protocolo prevê desde a realização de estudos para migração dos portos para o mercado livre de energia até a eletrificação de equipamentos portuários e de navios atracados – iniciativa que pode reduzir drasticamente a emissão de carbono na operação dos portos.

“O setor aquaviário é um dos principais pilares da logística nacional e desempenha um papel estratégico no comércio exterior. Incorporar práticas sustentáveis a essas operações não é apenas uma necessidade ambiental, mas também um diferencial competitivo para o Brasil”, destacou Bruno Eustáquio de Carvalho, diretor de Relações Institucionais da Eletrobras.

Energia limpa nos portos: inovação para um setor mais sustentável

Os portos são responsáveis por uma fatia considerável das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil. Atualmente, navios atracados utilizam geradores a diesel para manter suas operações em funcionamento, o que representa um grande impacto ambiental. O protocolo firmado entre a Eletrobras e a Antaq pode mudar essa realidade.

Uma das principais iniciativas previstas é a implantação do On-Shore Power Supply (OPS), sistema que permitirá que os navios se conectem à rede elétrica local e operem sem a necessidade de combustíveis fósseis. Essa tecnologia já é amplamente utilizada em países da Europa e nos Estados Unidos, reduzindo significativamente as emissões de carbono no setor portuário.

Além disso, a parceria prevê o levantamento dos portos e terminais aptos a migrar para o mercado livre de energia, permitindo que esses grandes consumidores adquiram eletricidade renovável a preços mais competitivos. Essa transição representa uma oportunidade para modernizar a infraestrutura portuária e aumentar a eficiência energética do setor.

Outro aspecto importante do protocolo é a compensação de emissões de carbono através de certificados de energia renovável (I-REC). Esses certificados permitem que os operadores portuários abatam as emissões resultantes do consumo de eletricidade, atendendo aos critérios do GHG Protocol Brasil – referência global para a contabilização de gases de efeito estufa.

“Essa parceria permite que a Eletrobras atue como um agente estratégico para os grandes consumidores do setor aquaviário, promovendo a competitividade e a sustentabilidade ao mesmo tempo”, explica Virgínia Feitosa, diretora de Relacionamento com Clientes da Eletrobras.

Descarbonização e competitividade: o futuro do setor portuário

A modernização dos portos brasileiros faz parte de um movimento global de transição energética. Segundo a Organização Marítima Internacional (IMO), o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO₂, e a eletrificação de suas operações tem sido vista como uma solução viável para reduzir esse impacto.

O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, reforça a importância dessa iniciativa: “A Antaq tem um compromisso sólido com a sustentabilidade e já desenvolveu diversas iniciativas voltadas para a descarbonização do setor. Esse novo protocolo com a Eletrobras reforça nosso papel como facilitadores dessa transformação.”

Nos últimos anos, a Eletrobras tem expandido sua atuação no mercado livre de energia, oferecendo soluções para grandes consumidores que buscam eficiência e redução de custos. Entre 2023 e 2024, o número de clientes atendidos pela empresa cresceu 115%, passando de 228 para 488 consumidores finais.

A eletrificação dos portos brasileiros não é apenas uma solução ambiental, mas também uma vantagem competitiva. Com energia mais barata e limpa, os terminais portuários poderão reduzir seus custos operacionais, melhorar sua eficiência e se adequar às novas exigências ambientais do mercado global.

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