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Explosão no Mercado Livre de Energia: CCEE Registra Recorde Histórico de Migrações em 2024

Mais de 26,8 mil consumidores deixaram o mercado cativo e passaram a escolher de quem comprar eletricidade, impulsionando um dos maiores avanços do setor elétrico brasileiro

O ano de 2024 foi um marco para o mercado livre de energia no Brasil. Com a ampliação da possibilidade de migração para todos os consumidores de alta tensão, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou 26.834 novas adesões, um número que supera em mais de três vezes o total de 2023. O movimento reflete uma transformação significativa no setor, consolidando o direito de escolha dos consumidores e impulsionando a competitividade do mercado elétrico nacional.

O estudo Cenários do Mercado Livre de Energia 2024, divulgado nesta quinta-feira (6) pela CCEE, mostra que a mudança foi impulsionada, principalmente, por empresas de pequeno e médio porte, além de consumidores pessoas físicas. Cerca de 92% das migrações foram de unidades com demanda inferior a 0,5 megawatt (MW), evidenciando o crescente interesse de negócios menores em otimizar custos e escolher seus fornecedores de energia. Além disso, 74% dos novos consumidores aderiram ao modelo de agente varejista, uma modalidade que simplifica a gestão de contratos e riscos no ambiente livre.

Para Alexandre Ramos, Presidente do Conselho de Administração da CCEE, esse crescimento acelerado já era esperado e reforça uma tendência global de maior liberdade no setor elétrico.

“A abertura do mercado livre de energia para toda a alta tensão confirma uma demanda crescente da sociedade por mais autonomia no consumo de eletricidade. Trabalhamos para garantir que essa evolução acontecesse de forma segura e eficiente, concluindo mais uma etapa histórica para o setor elétrico brasileiro”, afirma Ramos.

Crescimento que transforma o setor elétrico

O impacto dessa migração recorde se reflete diretamente na participação do mercado livre dentro do sistema elétrico nacional. Ao final de 2024, 64.493 unidades consumidoras estavam cadastradas na CCEE, representando cerca de 39% de toda a demanda energética do país. E a tendência é de continuidade: projeções indicam que, em 2025, o número de consumidores livres continuará crescendo em ritmo semelhante.

A análise do perfil dos novos entrantes revela que o setor de Comércio e Serviços liderou as migrações, seguido pela indústria de Manufaturados e pelo segmento Alimentício. Já em relação às regiões, o Sudeste concentrou 50% das novas adesões, com destaque para São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais como os estados mais ativos na transição para o mercado livre.

Infraestrutura e inovação para suportar a expansão

Diante do avanço do mercado livre, a CCEE investiu fortemente em modernização para garantir que a migração ocorresse de forma fluida e segura. A organização triplicou sua capacidade de armazenamento e processamento de dados, aprimorou sistemas e elevou a eficiência operacional, antecipando informações e relatórios essenciais para os agentes do mercado.

Além disso, a CCEE teve um papel crucial no aprimoramento regulatório, colaborando com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para desenvolver normas mais simples e eficientes para os consumidores que ingressam no ambiente livre.

Outro avanço importante foi o desenvolvimento de Interfaces de Programação de Aplicações (APIs), que permitirão uma revolução na troca de informações entre empresas e instituições do setor. Essa inovação deve facilitar a automação de processos, reduzindo burocracias e tornando a experiência dos consumidores ainda mais eficiente.

Com um cenário de abertura cada vez mais consolidado, a transição para o mercado livre de energia se tornou não apenas uma possibilidade, mas uma tendência irreversível no Brasil. À medida que mais consumidores ganham autonomia para escolher seus fornecedores e otimizar seus custos, o setor elétrico brasileiro avança rumo a um futuro mais competitivo, inovador e sustentável.

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