Hidrelétrica paraense foi a maior geradora do país em janeiro e chegou a abastecer 12% da demanda nacional no horário de pico
A UHE Belo Monte, localizada no Pará, reafirmou seu papel estratégico para a matriz energética brasileira ao se destacar como a maior geradora de energia do país no mês de janeiro. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a usina respondeu por 6% de toda a demanda nacional ao longo do mês e, no horário de pico de consumo — entre 18h e 21h —, chegou a fornecer 12% da eletricidade consumida no Brasil, gerando impressionantes 10.400 megawatts (MW).
O desempenho de Belo Monte acontece em um momento decisivo para o setor elétrico, após a crise hídrica de 2024, que impactou a produção hidrelétrica na Região Norte devido à escassez prolongada de chuvas. Agora, com a retomada plena da capacidade produtiva, a usina demonstra sua resiliência e importância para o abastecimento de energia elétrica no país, garantindo estabilidade ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Para Paulo Roberto Pinto, presidente da Norte Energia, concessionária responsável pela usina, o desempenho em janeiro reflete a robustez do setor hidrelétrico e seu papel crucial no fornecimento de energia sustentável.
“A geração de Belo Monte em janeiro demonstra a resiliência do nosso trabalho e a importância da energia hidrelétrica para a segurança do sistema interligado brasileiro, sobretudo nos horários de ponta, quando há alto consumo da população”, afirma Pinto.
Papel estratégico para o sistema elétrico nacional
Além de garantir o suprimento imediato de energia, Belo Monte exerce um papel estratégico dentro da matriz elétrica brasileira. Como uma das maiores hidrelétricas do mundo, sua operação auxilia diretamente na estabilidade do sistema e no suporte às fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, que dependem de condições climáticas para gerar eletricidade.
Outro impacto relevante da usina está no armazenamento de água nos reservatórios de outras hidrelétricas, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Isso permite a criação de uma reserva estratégica, garantindo maior segurança ao fornecimento de energia em momentos de alta demanda ou de condições climáticas desfavoráveis.
Além disso, a atuação de Belo Monte evita a necessidade de acionar usinas termelétricas, que operam com combustíveis fósseis e geram maior impacto ambiental. No horário de ponta, quando a demanda por eletricidade é maior, a energia proveniente da hidrelétrica impede a emissão de milhares de toneladas de CO₂ na atmosfera, reforçando a transição energética do país para uma matriz mais limpa e sustentável.
Baixa emissão e eficiência ambiental
Embora qualquer grande empreendimento no setor energético tenha desafios ambientais, Belo Monte se destaca como a hidrelétrica que menos emite gases de efeito estufa no bioma amazônico. De acordo com um estudo do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), a usina ocupa a quinta posição no ranking nacional de eficiência em termos de emissões poluentes, um índice significativo dentro da matriz hidrelétrica brasileira.
O estudo ainda projeta que, em um período de cinco a dez anos, a taxa de emissão de gases da usina será ainda menor, conforme a área alagada atinja um equilíbrio ambiental progressivo.
Com números expressivos, Belo Monte reafirma sua relevância dentro da matriz elétrica brasileira, garantindo não apenas segurança energética para milhões de consumidores, mas também contribuindo para um sistema mais sustentável e eficiente.
