Usina a biomassa, com capacidade de 384 MW, fortalece a matriz energética renovável do país
A Suzano deu mais um passo importante em sua estratégia de sustentabilidade ao iniciar a operação comercial de sua Usina Termelétrica (UTE) em Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul. Com autorização concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 29 de janeiro, a unidade passa a integrar oficialmente o Sistema Interligado Nacional (SIN), reforçando a oferta de energia renovável no país.
A termelétrica tem uma capacidade instalada de 384 megawatts (MW) e utiliza como principal combustível o licor negro, uma biomassa gerada como subproduto do processo de produção de celulose. O material, rico em carbono, é queimado na caldeira, gerando calor e vapor que são convertidos em eletricidade.
Com essa nova unidade em operação, a Suzano se consolida como um dos maiores players da geração de energia a partir de biomassa no Brasil. A usina de Ribas do Rio Pardo já nasce como a segunda maior do país nesse segmento, ficando atrás apenas da unidade da própria empresa em Lençóis Paulista (SP). Além disso, no Mato Grosso do Sul, a termelétrica ocupa o segundo lugar no ranking de geração de energia, sendo superada apenas pela unidade da Petrobras em Três Lagoas.
Energia renovável para abastecer milhões de brasileiros
Grande parte da energia gerada na usina será utilizada para suprir as demandas operacionais da própria fábrica da Suzano, que se destaca como um dos maiores projetos industriais do setor de celulose no mundo. No entanto, o excedente energético, estimado em 180 MW, será disponibilizado para o mercado, beneficiando fornecedores da empresa e contribuindo para o SIN.
Para dimensionar esse impacto, essa quantidade de energia poderia abastecer uma região com mais de 2 milhões de habitantes, o equivalente a duas cidades do tamanho de Campo Grande (MS).
A adoção do licor negro como combustível reforça o compromisso da Suzano com práticas sustentáveis na geração de energia. O licor negro é um resíduo rico em lignina, um dos componentes da madeira, e sua combustão gera energia sem a necessidade de recorrer a combustíveis fósseis, reduzindo significativamente a pegada de carbono da operação.
O avanço da biomassa na matriz energética brasileira
O Brasil tem se destacado na geração de energia limpa, e o uso de biomassa tem desempenhado um papel fundamental nesse avanço. Atualmente, há 22 usinas no país que utilizam licor negro para a produção de energia, totalizando uma capacidade instalada de 3.307.000 kW.
A expansão desse modelo de geração fortalece a diversificação da matriz energética nacional, que já é uma das mais renováveis do mundo. Com projetos como o da Suzano, a biomassa ganha ainda mais relevância como alternativa sustentável para a redução da dependência de fontes poluentes e a ampliação da oferta de energia no país.
Sustentabilidade e competitividade na indústria
Além dos benefícios ambientais, a utilização de energia a partir de biomassa confere maior competitividade à Suzano. Ao gerar eletricidade para o próprio consumo e ainda comercializar o excedente, a empresa reduz custos operacionais e fortalece sua posição no mercado de energia.
A estratégia de investir em autossuficiência energética também protege a companhia das oscilações no custo da eletricidade, garantindo maior previsibilidade financeira para suas operações. Com a crescente demanda por soluções sustentáveis, iniciativas como essa tendem a ser valorizadas por investidores e consumidores atentos às práticas ambientais das empresas.
Um marco para o setor e um impulso para o futuro
A entrada em operação da usina em Ribas do Rio Pardo representa um marco importante não apenas para a Suzano, mas para toda a indústria de celulose e energia renovável no Brasil. O uso eficiente de resíduos industriais para geração de eletricidade mostra como inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas, beneficiando tanto o setor produtivo quanto a sociedade.
“O Brasil possui um grande potencial para a geração de energia limpa, e iniciativas como essa fortalecem a posição de liderança do país na transição para um futuro energético mais sustentável”, afirma o executivo da Suzano.