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Armazenamento de energia avança como peça-chave do futuro elétrico no Brasil

Especialistas destacam inovação e regulação como pilares para impulsionar a transição energética no país

O Energyear Brasil 2025, um dos maiores eventos do setor de energia renovável, começou com um tema central: o armazenamento de energia será a nova fronteira do sistema elétrico brasileiro. A afirmação foi feita por Ricardo Lavorato Tili, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), durante a abertura do evento, que ocorre nos dias 5 e 6 de fevereiro no Sheraton São Paulo WTC Hotel. O encontro reúne mais de 800 participantes, entre executivos, investidores e especialistas da América Latina e Europa, discutindo as tendências e desafios do setor.

A integração eficiente das fontes renováveis e o avanço da regulamentação foram apontados como fatores cruciais para viabilizar essa transição. O Brasil, que já possui uma matriz elétrica com cerca de 90% de energia renovável, precisa agora de uma infraestrutura capaz de armazenar essa energia de forma inteligente, garantindo estabilidade e competitividade ao setor.

Para Tili, a criação de um arcabouço regulatório sólido será determinante para o sucesso do armazenamento de energia no país. Ele destacou a Consulta Pública nº 39/23 da ANEEL, que busca colher contribuições do mercado para a regulamentação da tecnologia, abordando aspectos como realocação de custos e estratégias de empilhamento de receitas. “O armazenamento de energia será um divisor de águas no setor elétrico, e a regulação precisa estar à altura desse desafio”, ressaltou.

Baterias e hidrelétricas: os caminhos para o armazenamento

As soluções de armazenamento vão além das baterias. Durante o evento, André Pepitone, CFO da Itaipu Binacional, enfatizou o papel das hidrelétricas nesse cenário, destacando a necessidade de uma regulamentação mais ágil que garanta a remuneração adequada dos serviços ancilares – operações essenciais para o equilíbrio e estabilidade do sistema elétrico. “O regulador será peça-chave para permitir que essa inovação aconteça e avance de forma estruturada”, afirmou Pepitone.

Já Rui Chammas, CEO da ISA Energia, defendeu que a integração das fontes renováveis deve ser feita com foco na competitividade e na redução de custos para os consumidores. “Precisamos de um sistema que seja atrativo para os investidores e, ao mesmo tempo, acessível para os usuários finais”, destacou.

Na mesma linha, Rinaldo Pecchino Jr., CEO da TAESA, reforçou a importância de uma regulação bem estruturada para garantir que as novas tecnologias de armazenamento sejam viáveis e sustentáveis no longo prazo.

Tecnologia e inovação para um sistema elétrico mais eficiente

A necessidade de modernizar a infraestrutura do setor foi um ponto recorrente no painel. João Marques da Cruz, CEO da EDP South America, ressaltou que acompanhar a evolução das fontes renováveis exige uma transformação completa do sistema elétrico. “A adoção de tecnologias mais avançadas e a promoção da automação são fundamentais para criar um sistema mais resiliente, capaz de responder às novas demandas energéticas e garantir um crescimento sustentável”, afirmou.

Essa visão foi reforçada por Ítalo Freitas, vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, que destacou a importância de tornar a rede de transmissão mais eficiente. Segundo ele, um sistema elétrico automatizado será essencial para suportar o crescimento do setor nos próximos anos.

Energyear Brasil 2025: um espaço para definir o futuro da energia

O evento não apenas promove discussões estratégicas, mas também aponta caminhos para que o Brasil lidere a transição energética global. Ao final do painel, Guilherme Chrispim, CEO da S2Latam e representante da Energyear no Brasil, destacou que o sucesso do setor depende de um ambiente que favoreça a inovação, eficiência e regulação clara.

Com 15 painéis estratégicos, o Energyear Brasil 2025 abordará temas como armazenamento de energia, regulação, financiamento de projetos e inovação tecnológica. A expectativa é que as discussões sirvam de base para moldar as diretrizes do setor nos próximos anos, garantindo um mercado energético mais sustentável, competitivo e preparado para os desafios do futuro.

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