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Demanda de energia fecha 2024 com leve recuo em dezembro, mas acumula alta de 5,7% no ano

Oscilação na carga elétrica reflete variações climáticas e efeito residual do El Niño

O consumo de energia elétrica no Brasil apresentou um cenário misto no encerramento de 2024. Enquanto dezembro registrou uma leve retração de 0,8% na carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), o acumulado do ano teve uma alta significativa de 5,7% em relação a 2023. Os dados foram divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na versão mensal do seu relatório de desempenho do setor.

A carga de energia verificada em dezembro foi de 79.770 MWmed, ligeiramente abaixo do volume registrado no mesmo período de 2023. Esse resultado foi influenciado por três fatores principais: temperaturas máximas abaixo da média, aumento das precipitações nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, e o efeito residual do fenômeno climático El Niño, que impactou o consumo energético nos últimos meses de 2023 e início de 2024.

Divergência regional: alta no Norte e Nordeste, queda no Sul e Sudeste

A análise regional mostrou um comportamento divergente entre os subsistemas do SIN. No comparativo entre dezembro de 2024 e o mesmo mês de 2023, a carga cresceu 7,9% na região Norte (7.856 MWmed) e 0,3% no Nordeste (13.446 MWmed). Em contrapartida, o Sul registrou a maior retração do período, queda de 3,5% (13.347 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, com redução de 1,7% (45.121 MWmed).

No acumulado dos últimos doze meses, no entanto, todos os subsistemas tiveram crescimento na demanda de carga. O Norte liderou a expansão com 8,4% de aumento, seguido pelo Nordeste (5,6%), Sudeste/Centro-Oeste (5,5%) e Sul (4,8%). Esses números refletem, em grande parte, a retomada econômica e o crescimento de setores industriais e comerciais ao longo do ano.

Clima e fenômenos meteorológicos afetaram o consumo

O comportamento da demanda de energia em dezembro pode ser explicado por fatores climáticos que influenciaram diretamente o consumo. As temperaturas mais amenas em algumas regiões do país reduziram o uso de sistemas de refrigeração e ar-condicionado, impactando a demanda residencial e comercial. Além disso, o aumento das chuvas no Sul e Sudeste diminuiu a necessidade de irrigação agrícola e impulsionou a geração hidrelétrica, aliviando a pressão sobre o consumo de outras fontes energéticas.

Outro ponto relevante foi o efeito base decorrente do El Niño, fenômeno climático que aquece as águas do Oceano Pacífico e provoca alterações nos padrões de temperatura e precipitação. O impacto do El Niño nos últimos meses de 2023 elevou a demanda energética, tornando o comparativo com dezembro de 2024 menos favorável.

Perspectivas para 2025

Com a expectativa de neutralização do El Niño e uma possível transição para a La Niña, especialistas preveem novas oscilações no consumo de energia ao longo de 2025. A tendência é que as regiões que mais cresceram em 2024 continuem impulsionando a demanda elétrica, enquanto fatores climáticos seguirão exercendo influência sobre os padrões de consumo.

Além disso, o avanço de fontes renováveis na matriz elétrica, especialmente a expansão da energia solar e eólica, pode contribuir para uma maior estabilidade do sistema, reduzindo a dependência de fontes térmicas e promovendo um equilíbrio entre oferta e demanda.

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