O avanço das mudanças climáticas eleva o consumo de eletricidade e desafia empresas e governos a adotarem novas estratégias para evitar crises no setor energético
O mundo está cada vez mais quente – e o impacto disso vai muito além do desconforto térmico. O aumento das temperaturas médias está elevando significativamente o consumo de energia elétrica, especialmente devido ao uso intensivo de sistemas de climatização. Esse cenário preocupa especialistas e coloca em evidência a necessidade de novas estratégias para garantir o equilíbrio do fornecimento energético.
Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que, no Sudeste, o consumo médio anual de eletricidade cresceu de 5,56 milhões de MWh em 2018 para 6,67 milhões de MWh em 2024. Esse salto expressivo demonstra uma relação direta entre a variação térmica e o aumento da demanda elétrica, o que pode gerar riscos como sobrecarga na rede, elevação dos custos de energia e até mesmo falhas no abastecimento.
IA como ferramenta de previsão e gestão energética
Segundo levantamento do especialista em dados Renato Paes, CTO da SIPREMO e CEO da Dardo, a Inteligência Artificial pode ser uma aliada crucial para evitar crises energéticas. “O impacto das mudanças climáticas e do consumo de energia na economia não é apenas uma preocupação futura, mas uma realidade presente. Empresas e governos que não utilizarem ferramentas como a IA para antecipar tendências e otimizar recursos estarão expostos a riscos financeiros cada vez maiores”, alerta Paes.
O uso da IA permite cruzar dados meteorológicos com padrões históricos de consumo, possibilitando previsões mais precisas da demanda energética. Modelos de machine learning podem indicar, por exemplo, quais períodos terão maior necessidade de eletricidade, permitindo que concessionárias de energia ajustem a oferta e evitem sobrecargas.
Além disso, a aplicação da tecnologia na gestão do consumo pode contribuir para uma utilização mais eficiente da energia, reduzindo desperdícios e custos operacionais para empresas e consumidores. “O uso de tecnologia na gestão da demanda elétrica pode minimizar os impactos do aquecimento global sobre o setor energético, tornando o consumo mais eficiente e reduzindo custos operacionais para empresas e consumidores”, destaca Paes.
A urgência de novas estratégias energéticas
O aumento do consumo de eletricidade não afeta apenas o setor energético, mas também o bolso dos consumidores. Com a elevação da demanda, cresce a necessidade de geração de energia, o que pode impactar as tarifas e sobrecarregar fontes tradicionais, como hidrelétricas e termelétricas.
Nesse cenário, empresas e governos precisam agir rapidamente para implementar estratégias que garantam um abastecimento eficiente e sustentável. O uso de fontes renováveis, como solar e eólica, aliado a ferramentas inteligentes de previsão e gestão, pode ser uma alternativa viável para reduzir a dependência de fontes poluentes e minimizar os impactos do consumo crescente.
A tendência é que os desafios energéticos se intensifiquem nos próximos anos, exigindo soluções inovadoras e tecnológicas para garantir um fornecimento estável. Empresas que adotarem essas ferramentas desde já terão vantagem competitiva, reduzindo riscos financeiros e contribuindo para um futuro energético mais sustentável.
