Seminário destaca a importância da integração entre planejamento energético e financiamento à inovação para um futuro sustentável
A transição energética no Brasil deu mais um passo estratégico com a aproximação entre a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). No primeiro dia do seminário “Capacitação em Transição Energética”, realizado na sede da Finep no Rio de Janeiro, especialistas das duas instituições discutiram o papel da inovação tecnológica no planejamento energético do país.
O evento, voltado a colaboradores das duas entidades, reforçou a necessidade de cooperação para acelerar a descarbonização da matriz energética e aprimorar as estratégias de desenvolvimento sustentável. O presidente da Finep, Celso Pansera, enfatizou a relevância dos pareceres técnicos da EPE para a tomada de decisões na financiadora. “Um parecer bem elaborado, tecnicamente justificado, torna a vida das equipes da Finep mais confortável para tomar decisões.”
O encontro também reforçou o papel da EPE na elaboração de estudos que subsidiam o planejamento energético brasileiro. Para o presidente da empresa, Thiago Prado, pensar na transição energética é necessariamente pensar em inovação. “Planejamento é isso, não só ter clareza sobre o que queremos, mas também sobre os caminhos possíveis. E não há como falar em transição energética sem inovação e desenvolvimento tecnológico.”
A segunda parte do seminário acontecerá na próxima quarta-feira (5), dando continuidade às discussões sobre o futuro energético do país.
Tecnologia e inovação no centro da transição energética
A programação do seminário trouxe apresentações de estudos recentes da EPE, abordando temas como biocombustíveis, captura e armazenamento de carbono, combustíveis sustentáveis de aviação e o papel do setor de petróleo e gás natural na transição energética.
Um dos destaques foi a 15ª edição da Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis: Ano 2023, apresentada por Angela Costa e Rachel Henriques, da EPE. O estudo sintetiza os principais eventos do mercado de combustíveis renováveis, analisando o desempenho do etanol, biodiesel e bioeletricidade no Brasil, além de discutir as emissões de gases de efeito estufa evitadas com essas fontes.
Outro ponto alto foi a apresentação do caderno Combustíveis Sustentáveis de Aviação no Brasil – Perspectivas Futuras, conduzida pela analista Leticia Lorentz. O estudo detalha as rotas de produção dos chamados SAFs (Sustainable Aviation Fuels), já aprovadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além de mapear os desafios e oportunidades para o setor no Brasil.
A questão da captura e armazenamento de carbono também esteve em pauta, com o estudo Captura, armazenamento e utilização de carbono no Brasil: Contribuições para a seleção de áreas de interesse, apresentado por Nathalia Castro. O material traça um panorama das áreas com maior potencial para projetos de armazenamento geológico de carbono no país, uma estratégia fundamental para mitigar as emissões da indústria.
Já o estudo O Papel do Setor de Petróleo e Gás Natural na Transição Energética, apresentado por Angela Costa e Regina Fernandes, trouxe uma visão ampla sobre como esse setor pode contribuir para uma transição justa e equilibrada. O material aborda a importância dos investimentos em infraestrutura, a necessidade de financiamento para pesquisa e inovação, e os impactos da interrupção de investimentos na segurança energética.
A importância da cooperação entre Finep e EPE
A parceria entre a EPE e a Finep mostra como a integração entre planejamento energético e financiamento à inovação é essencial para garantir um futuro sustentável. Enquanto a Finep apoia projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, a EPE fornece as análises e estudos necessários para embasar decisões estratégicas.
Com desafios cada vez maiores para equilibrar segurança energética e sustentabilidade, a cooperação entre essas instituições pode acelerar a implementação de soluções inovadoras. O seminário Capacitação em Transição Energética reforça essa sinergia, apontando caminhos concretos para o avanço da transição energética no Brasil.
