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Fusões e aquisições em energia solar crescem 76% em 2024 e batem recorde no 4º trimestre

Setor fotovoltaico se consolida como um dos mais dinâmicos da energia, impulsionado por transações que somaram 3,6 GWp no ano

O mercado solar brasileiro viveu um ano histórico em 2024, com um crescimento expressivo de 76% no número de fusões e aquisições em comparação com 2023, conforme aponta o Boletim M&A da Greener, empresa de inteligência de mercado especializada no setor fotovoltaico. O 4º trimestre foi especialmente movimentado, com 17 transações registradas – o maior número já observado em um único trimestre.

Nos últimos três anos, foram mapeadas 102 transações no setor, sendo que metade delas ocorreu apenas em 2024. Esse desempenho reforça o interesse crescente de investidores no setor solar, especialmente na Geração Centralizada (GC) e na Geração Distribuída (GD), que têm mostrado forte evolução.

Geração Centralizada lidera crescimento de fusões e aquisições

Das 35 transações envolvendo usinas solares em 2024, 41% foram de Geração Centralizada, totalizando 21 operações – um salto de quatro vezes em relação a 2023. Já a Geração Distribuída também teve um avanço significativo, dobrando o volume de transações registradas no ano anterior e alcançando 14 operações.

No total, as aquisições de usinas solares envolveram uma capacidade de 3,6 GWp em 2024, consolidando o mercado como altamente atrativo. Segundo Marcio Takata, CEO da Greener, o desempenho do setor demonstra uma tendência de longo prazo. “Em 2024, observou-se uma evolução significativa nas transações de usinas solares, consolidando o setor como um dos mais dinâmicos no mercado de energia, e essa tendência deverá ganhar ainda mais impulso em 2025”, afirma.

Estabilidade na cadeia de valor solar e predominância do capital nacional

Enquanto as transações envolvendo usinas cresceram, o número de aquisições no segmento da cadeia de valor solar fotovoltaica – como fabricantes de componentes e prestadores de serviços – permaneceu estável em 2024, totalizando 16 operações.

Um dado interessante revelado pelo estudo é que 69% das empresas investidoras são brasileiras, o que evidencia o protagonismo do capital nacional na expansão do mercado solar. Além disso, 25% dos investimentos foram realizados por empresas de geração de energia, enquanto 38% das empresas adquiridas atuam no ramo de gestão de energia.

Essa movimentação também reforça a relevância do setor solar no cenário energético brasileiro, consolidando-o como uma peça-chave na transição energética e na diversificação da matriz energética do país.

Tendências para 2025

O relatório da Greener aponta que o dinamismo do mercado solar deve continuar em 2025, impulsionado por fatores como o aumento da competitividade do setor, o avanço da tecnologia e a busca por fontes renováveis para atender à crescente demanda energética do Brasil. Além disso, a estabilidade econômica e as políticas de incentivo à energia renovável desempenharão um papel crucial no fomento a novas transações.

A expectativa é que tanto a Geração Centralizada quanto a Distribuída continuem atraindo investidores nacionais e internacionais. “O setor está em plena maturação, e vemos uma janela de oportunidade para empresas que desejam se posicionar estrategicamente no mercado de energia limpa”, complementa Takata.

Oportunidades para investidores e mercado

Com o aumento das fusões e aquisições, o setor fotovoltaico apresenta oportunidades não apenas para grandes empresas de geração de energia, mas também para startups e empresas que atuam em nichos da cadeia de valor solar, como gestão de energia, eficiência energética e armazenamento.

O fortalecimento do capital nacional nas transações também sugere que empresas locais estão prontas para competir em um mercado que, embora dinâmico, apresenta desafios, como mudanças regulatórias e aumento dos custos de importação de equipamentos.

“O crescimento expressivo das transações em 2024 reflete o apetite dos investidores e a solidez do setor solar. Esse é um momento único para o mercado brasileiro, que se destaca globalmente pela expansão acelerada e pelo enorme potencial de crescimento”, conclui Takata.

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