Por Alan Henn, CEO da Voltera Energia
Nos últimos anos, as empresas têm enfrentado um cenário desafiador, marcado pelo aumento constante das tarifas de energia, que superam a inflação, e pela dificuldade em repassar esses custos aos clientes. No entanto, esse cenário está mudando à medida que as organizações começam a perceber as vantagens de uma gestão ativa de energia. Essa abordagem não apenas busca soluções sustentáveis, mas também oferece oportunidades significativas para a redução de custos.
Uma das principais estratégias emergentes é a portabilidade para o mercado livre de energia. Ao conhecer melhor seu perfil de consumo, as empresas podem optar por fornecedores que oferecem tarifas mais competitivas. Além disso, a compra de energia proveniente de fontes renováveis ou a instalação de placas solares são alternativas que não só contribuem para a sustentabilidade, mas também ajudam a mitigar os custos operacionais.
A interpretação eficaz dos dados de consumo é outro aspecto crucial para a otimização energética. Informações relevantes permitem que as empresas ajustem parâmetros anteriormente mal contratados e otimizem seu consumo, seja em termos de custos ou eficiência. Com essa abordagem, os clientes podem monitorar ativamente o uso de energia, identificando os momentos em que a energia está mais barata e deslocando o consumo para esses períodos, evitando assim gastos desnecessários.
Além disso, medir as pegadas sustentáveis das práticas adotadas traz incentivos para que essas ações se tornem recorrentes. O consumidor de energia moderno não se contenta mais em ser um agente passivo no mercado tradicional; ele busca se tornar um protagonista, aproveitando os avanços regulatórios e tecnológicos que permitem uma maior autonomia.
Neste novo cenário, os consumidores podem escolher fornecedores que oferecem tarifas competitivas, investir em tecnologias que possibilitam a geração própria de energia e, por meio de software e inteligência artificial, entender melhor seu consumo e seu impacto financeiro e ambiental. Essa transição no setor energético está tornando as fontes de energia cada vez mais descentralizadas e integradas, permitindo que empresas de menor porte acessem soluções que outrora só eram acessíveis a grandes corporações, tornando suas operações mais eficientes.
É evidente que a combinação de dados e tecnologia pode promover mudanças comportamentais que impactam positivamente tanto a sustentabilidade quanto as finanças das empresas. Aqueles que não adotarem uma visão abrangente do ecossistema energético correm o risco de se tornarem menos competitivos nos próximos anos. Os consumidores estão se tornando mais exigentes e informados, demandando que as empresas ofereçam um escopo amplo de soluções no mercado.
Assim como no mercado financeiro, onde os consumidores têm uma gama de escolhas em relação a bancos e investimentos, o setor energético está passando por uma transformação semelhante. Estamos caminhando para um futuro em que será comum discutir sobre fornecedores de energia da mesma forma que fazemos com provedores de internet e instituições financeiras.
A transição para uma gestão ativa e sustentável de energia não é apenas uma necessidade econômica, mas uma oportunidade para as empresas se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo e consciente. O futuro da energia está em nossas mãos, e as empresas que abraçarem essa mudança estarão mais bem posicionadas para prosperar em um mundo que valoriza a sustentabilidade e a eficiência.