Quarenta instituições de saúde no Rio Grande do Sul receberão intervenções para eficiência energética, com economia anual de energia e menor impacto ambiental
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, nesta semana, um projeto inovador que destinará R$ 23,7 milhões para a recuperação e modernização energética de 40 instituições de saúde afetadas pelas enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. O projeto, intitulado “Eficiência Energética em Entidades de Saúde Públicas e Privadas Atingidas pelas Enchentes”, foi proposto pela RGE Sul Distribuidora de Energia S.A., com a cooperação das distribuidoras CPFL Paulista, CPFL Piratininga e CPFL Santa Cruz.
A iniciativa faz parte do Programa de Eficiência Energética (PEE), regulamentado pela ANEEL, e tem como objetivo promover o uso sustentável e eficiente de energia elétrica em unidades de saúde, garantindo economia de recursos, redução de custos operacionais e continuidade dos serviços essenciais, mesmo em situações críticas como as ocorridas durante as enchentes no estado.
Recuperação com foco em sustentabilidade
Entre as ações planejadas, está a substituição de sistemas elétricos ultrapassados por tecnologias mais modernas e eficientes. Um dos principais destaques é a instalação de 17.753 lâmpadas LED de alto desempenho, que oferecerão economia significativa de energia sem comprometer a qualidade da iluminação das instituições.
Além disso, o projeto prevê a instalação de sistemas fotovoltaicos para geração de energia renovável, com capacidade total de 2.795,45 kWp, e a implantação de sistemas de armazenamento de energia (BESS). Esses sistemas permitirão a redução da demanda energética nos horários de pico, além de fornecerem backup em casos de interrupções no fornecimento de energia, garantindo que os serviços hospitalares não sejam interrompidos em momentos críticos.
Outro ponto importante é a substituição de sistemas motores e a instalação de geradores para assegurar a continuidade dos serviços essenciais. Em hospitais e unidades de saúde, onde cada minuto é crucial, essa medida oferece mais segurança e eficiência no atendimento à população.
Com essas iniciativas, estima-se que as instituições beneficiadas economizarão cerca de 4.811,83 MWh de energia por ano e reduzirão em 224,23 kW a demanda energética nos horários de pico. Além da economia financeira, o projeto contribuirá para a mitigação das emissões de CO₂, evitando o lançamento de aproximadamente 191,59 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera anualmente.
Medida excepcional diante da calamidade pública
A aprovação desse projeto só foi possível devido à flexibilização excepcional concedida pela ANEEL, por meio da Resolução Autorizativa nº 15.415, publicada em 9 de junho de 2024. A resolução permitiu que os recursos regulados do Programa de Eficiência Energética (PEE) fossem aplicados de forma ampliada, a fim de atender às demandas emergenciais da população gaúcha afetada pela calamidade pública.
Essa decisão reflete um esforço conjunto entre o setor elétrico e as instituições governamentais para responder à maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, que deixou um rastro de destruição e afetou severamente a infraestrutura de saúde no estado.
Impacto positivo para a saúde e o meio ambiente
A modernização das instalações elétricas e a implementação de soluções de eficiência energética representam um avanço importante não apenas para a sustentabilidade do sistema elétrico, mas também para a melhoria das condições de atendimento à saúde. Com a redução nos custos operacionais das instituições, os recursos economizados poderão ser redirecionados para outras áreas críticas, como aquisição de medicamentos, equipamentos e melhorias nos serviços prestados à população.
Além disso, o uso de energia limpa e renovável, combinado à redução das emissões de gases poluentes, fortalece o compromisso com a sustentabilidade e coloca o Rio Grande do Sul como referência em ações de recuperação aliadas à preservação ambiental.
O projeto, que une inovação tecnológica, responsabilidade social e sustentabilidade, chega em um momento crucial para a reconstrução das instituições de saúde no estado. Mais do que restaurar o que foi perdido, ele oferece às unidades de saúde uma infraestrutura moderna, segura e preparada para o futuro, garantindo qualidade de vida e atendimento digno à população gaúcha.
