Proposta busca criar marco regulatório para exploração sustentável e atrair investimentos no setor
A votação do Projeto de Lei (PL) 576/2021, que estabelece as bases para a exploração da energia eólica offshore no Brasil, foi adiada nesta terça-feira (3) na Comissão de Infraestrutura do Senado. O adiamento ocorreu após um pedido de vista coletiva, e a nova data para a deliberação ainda não foi definida. A proposta, originalmente apresentada na Câmara dos Deputados e relatada no Senado pelo senador Weverton (PDT-MA), é considerada estratégica para o desenvolvimento do setor energético brasileiro.
A energia eólica offshore, que utiliza a força dos ventos em alto-mar para gerar eletricidade, tem potencial para revolucionar a matriz energética brasileira. O projeto visa criar um marco regulatório claro, que proporcione segurança jurídica e incentive investimentos de longo prazo. Áreas como o Mar Territorial, a Plataforma Continental e a Zona Econômica Exclusiva, todas sob domínio da União, seriam utilizadas para a instalação de usinas eólicas.
De acordo com o senador Weverton, a aprovação do projeto é crucial para atrair investimentos tanto na geração de energia quanto no escoamento da produção. “O potencial offshore precisa de um marco regulatório bem definido, para propiciar a devida segurança jurídica aos investimentos de longo prazo. Com essa segurança, os geradores poderão investir na geração e no escoamento de sua produção até o ponto de conexão com a rede básica e os fornecedores de bens e serviços poderão se preparar para atender à nova demanda”, afirmou o parlamentar.
Estrutura do Projeto
A proposta estabelece que os contratos para exploração de energia offshore terão duas fases:
- Fase de Avaliação: Voltada à realização de estudos para avaliar a viabilidade do empreendimento.
- Fase de Execução: Destinada à implantação e operação das usinas eólicas.
Além disso, os concessionários deverão adotar medidas para a preservação do meio ambiente marinho, garantindo a segurança das pessoas, equipamentos e ecossistemas das áreas exploradas.
Desafios e Perspectivas
Apesar de ter sido elencado como uma das prioridades de votação para o final de 2024, o adiamento da análise do projeto pode atrasar o avanço do setor no Brasil. Países como o Reino Unido, Alemanha e China já estão avançados na exploração da energia eólica offshore, consolidando essa fonte como parte importante de suas matrizes energéticas.
O Brasil, com seu extenso litoral e condições climáticas favoráveis, possui grande potencial para se tornar um líder no segmento. A regulamentação, no entanto, é vista como uma condição essencial para transformar esse potencial em realidade.