Segunda-feira, Maio 19, 2025
26.7 C
Rio de Janeiro

Brasil avança em parcerias internacionais para fortalecer a energia nuclear

Ministro Alexandre Silveira busca cooperação com Rosatom para explorar potencial de urânio e desenvolver pequenos reatores nucleares

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, intensificou os esforços para consolidar o Brasil como referência global em energia nuclear, priorizando uma política que englobe desde a mineração de urânio até a produção de pequenos reatores nucleares. Em reunião realizada nesta segunda-feira (2/12), Silveira se encontrou com representantes da Rosatom, a maior empresa nuclear da Rússia, para discutir oportunidades de cooperação que aproveitem a expertise russa e os recursos estratégicos brasileiros.

Atualmente, o Brasil possui a 7ª maior reserva mundial de urânio, com apenas 26% de seu subsolo explorado. Segundo Silveira, o potencial do país é promissor: “O Brasil tem capacidade de alcançar a terceira maior reserva de urânio do mundo.” Esse recurso é fundamental para impulsionar a energia nuclear como uma fonte limpa, segura e com baixo impacto ambiental.

A energia nuclear como pilar estratégico

A energia nuclear é considerada uma solução eficiente e sustentável para enfrentar os desafios da transição energética global. Durante o encontro com a Rosatom, foi definido um cronograma de trabalho que deverá resultar em um acordo de cooperação até o final de 2025. Segundo projeções apresentadas pela delegação russa, o Brasil pode alcançar 1,1 GW de geração nuclear até 2035, distribuídos entre 12 reatores onshore (0,6 GW) e 10 reatores offshore (0,5 GW).

“O desenvolvimento de pequenos reatores nucleares traz vantagens significativas, como a redução de custos com transmissão de energia elétrica e o aumento da segurança energética em regiões com sistemas isolados. Para isso, é essencial acelerar toda a cadeia de mineração de urânio, desde a pesquisa até o desenvolvimento de combustível nuclear,” destacou Silveira.

Além de suas vantagens energéticas, a expansão do setor nuclear representa uma oportunidade única para o crescimento econômico, tecnológico e industrial do Brasil. “A política pública de urânio do Brasil promoverá o renascimento da energia nuclear de maneira responsável, sustentável e benéfica para o povo brasileiro,” afirmou o ministro.

Parcerias internacionais e compromissos globais

A iniciativa de Silveira ocorre em um momento em que a energia nuclear ganha relevância global. Durante a COP28, em Dubai, 22 países se comprometeram a triplicar a geração de energia nuclear até 2050. Paralelamente, o setor nuclear registra crescimento com 60 novos reatores em construção e muitos outros em fase de planejamento ao redor do mundo.

O Brasil, que já está engajado em discussões com países como Estados Unidos e Austrália, além de organizações como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), busca integrar-se a esse movimento global. A parceria com a Rosatom pode posicionar o país como um ator relevante no cenário internacional, beneficiando-se do intercâmbio de tecnologias avançadas e do fortalecimento de sua cadeia produtiva.

Perspectivas para o futuro

Com um planejamento robusto e foco em inovação, o Brasil almeja aproveitar o potencial de sua cadeia nuclear para não apenas suprir a demanda energética interna, mas também exportar tecnologias e expertise para outros mercados. O fortalecimento da política pública de urânio e a cooperação com a Rosatom são passos fundamentais nesse sentido.

Além disso, o avanço na implementação de pequenos reatores nucleares onshore e offshore coloca o Brasil em sintonia com as tendências globais de diversificação e modernização de matrizes energéticas. Para Alexandre Silveira, o momento é de agir com ousadia e responsabilidade. “Estamos estruturando a energia nuclear como uma fonte essencial para o desenvolvimento sustentável e para o futuro energético do Brasil.”

Destaques

Geração distribuída ganha impulso com novo aporte de R$ 500 milhões da Órigo Energia

Recurso viabiliza construção de 149 novas fazendas solares com...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Últimas Notícias

Futebol e sustentabilidade: Náutico realiza o primeiro jogo descarbonizado do Brasil...

Iniciativa pioneira marca novo capítulo no esporte brasileiro ao...

Complexidade crescente desafia investidores do setor de energia renovável

Fatores como curtailment e descolamento de preços regionais impõem...

Geração distribuída ganha impulso com novo aporte de R$ 500 milhões...

Recurso viabiliza construção de 149 novas fazendas solares com...

Enel São Paulo inaugura usina solar no Hospital das Clínicas da...

Com investimento de R$ 2,67 milhões, projeto de Eficiência...

Estados Unidos dobram produção líquida de energia em experimento de fusão...

Instalação Nacional de Ignição atinge novo marco ao gerar...

Wilson Sons zera emissões de Escopo 2 no Tecon Rio Grande...

Terminal portuário do Rio Grande do Sul obtém certificação...

Artigos Relacionados

Categorias Populares