Pequeno cafeicultor em Minas Gerais reduz custos com energia, investe em equipamentos e lança marca própria, destacando o potencial da sustentabilidade no campo
No coração de Minas Gerais, onde a tradição do café move a economia local, a inovação também tem ganhado espaço. Em São Sebastião do Paraíso, o cafeicultor Ricardo Fernando da Silva transformou a realidade de sua propriedade ao adotar energia solar, alcançando uma economia de 71% na conta de luz e viabilizando investimentos estratégicos para o crescimento de seu negócio.
A energia solar, cada vez mais popular no agronegócio brasileiro, já representa 14% da potência gerada por essa fonte no país, totalizando 4,2 gigawatts (GW) entre aproximadamente 234 mil sistemas de geração distribuída instalados. No caso de Ricardo, a tecnologia não apenas reduziu custos operacionais, mas também possibilitou a criação da marca própria de café, “Terra dos Ipês”, agora presente em feiras especializadas e campanhas de marketing.
Economia que transforma negócios
Antes da instalação do sistema fotovoltaico em sua propriedade na região de Termópolis, Ricardo gastava cerca de R$ 700 por mês com energia elétrica. Desde a implementação do projeto em 2021, esse custo caiu para menos de R$ 200 mensais, gerando uma economia acumulada de R$ 29 mil.
“Com a economia gerada, investimos também em mais maquinários para secagem e beneficiamento do café, o que irá contribuir para a melhor qualidade do produto. Por conta do sucesso da iniciativa, já estamos estudando a possibilidade de ampliar o sistema no futuro”, revela Ricardo.
O sistema instalado pela rede de Solarprime conta com 16 painéis solares – 12 de 400Wp e 4 de 550Wp –, gerando uma média mensal de 858 kWh. Essa capacidade cobre praticamente toda a demanda energética da propriedade, mesmo durante os períodos mais intensos de produção.
Sustentabilidade no agronegócio
Além do impacto financeiro, a iniciativa reforça a busca por soluções mais sustentáveis no setor rural. A energia solar não apenas diminui a dependência das redes tradicionais, sujeitas à cobrança da bandeira vermelha, mas também contribui para a redução de emissões de carbono, alinhando o agronegócio brasileiro às exigências ambientais globais.
Para Ricardo, a aposta na sustentabilidade é um caminho sem volta. “Investir em energia solar foi um divisor de águas para nossa propriedade. Agora, além de reduzir custos, conseguimos projetar um futuro mais sólido e competitivo para o nosso café”, finaliza.
Expansão e inovação
Com o sucesso da iniciativa, o cafeicultor já vislumbra novos horizontes. A marca “Terra dos Ipês”, impulsionada pela economia proporcionada pelo sistema fotovoltaico, tem ganhado reconhecimento. Além disso, os novos equipamentos adquiridos com os recursos economizados estão elevando a qualidade dos grãos, abrindo portas para mercados mais exigentes e com maior valor agregado.
A Solarprime, responsável pela instalação, destaca que casos como o de Ricardo ilustram a crescente adesão à energia solar no Brasil.
“O agronegócio tem sido um dos segmentos mais dinâmicos na adoção de sistemas fotovoltaicos. Isso mostra como sustentabilidade e economia podem caminhar juntas, gerando benefícios para o produtor e para o meio ambiente”, afirma a empresa.